Goiás deverá jogar um papel importante no projeto anunciado, esta semana, pelos governos do Brasil e da China, que trata da construção de uma ferrovia para ligar o litoral da Bahia com a região de Chancay, no Peru.
Serão mais de 4.500 quilômetros do corredor ferroviário que já tem uma parte em execução no Brasil, por meio da empresa Fiol, que parte de Ilhéus, na Bahia, e vai até Mara Rosa, norte goiano, e da Fico, que parte de Mara Rosa e se estende até Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso. Portanto, a cidade goiana será o entroncamento das duas ferrovias com a Norte Sul, que liga Açailândia, no Maranhão, a Estrela d’Oeste, em São Paulo. O traçado ferroviário insere o País entre a nações que abrigam as maiores estradas de ferro do mundo.
Ainda, em fase embrionária, a ferrovia tem mexido com a imaginação de grandes grupos produtores, principalmente do setor mineral e o do agronegócio. O corredor será formado em sete estados, praticamente todos de grande produtividade primária. Por ligar os oceanos Atlântico, no Brasil e, Pacífico, no Peru, a Ferrovia, quando pronta, vai encurtar em 12 dias o trajeto entre a América do Sul e a China, principal interessada na obra. É que os chineses são os maiores importadores de alimentos e outros produtos primários da região e têm interesse em aumentar o volume, mas, com a diminuição do custo da logística.
Para o Brasil, não deixa de ser muito interessante, tendo em vista uma dívida histórica do Governo Federal com o setor ferroviário. Mesmo com a presença de projetos desse segmento desde o início do Século 20, quando companhias inglesas aportaram por aqui e implantaram as primeiras ferrovias, a extensão da malha brasileira, estimada, hoje, em 30 mil quilômetros, é vista como insignificante, devido à demanda exposta. Isso deve-se, muito, à explosão da indústria automobilística que irrompeu no Brasil nos anos 50/60, com a abertura das primeiras montadoras de veículos. Aos poucos, os caminhões passaram a substituir os vagões ferroviários, principalmente com a melhoria das estrada de rodagem que passaram a ser pavimentas. Assim, o projeto ferroviário passou a ser “deixado de lado” e esfriou.
Agora, com a redescoberta do “caminho dos trilhos” e o surgimento de grandes projetos ferroviários como as estradas de ferro Norte Sul (4.500 quilômetros); Transnordestina (1.728 quilômetros) e, principalmente, Carajás (830 quilômetros) há una nova perspectiva de soerguimento das redes ferroviárias, não só de cargas, mas, também, de passageiros. Os países mais ricos do mundo apostaram nisso e se deram bem. Por que não o Brasil? Por que não, Goiás? Cabe, então, às lideranças goianas aproveitarem esta imperdível oportunidade para incentivarem o aumento da produção, a fim de tornar o Estado mais competitivo em relação aos outros. Se produzirmos mais, vendermos mais, obteremos mais recursos financeiros. Com um transporte mais barato e mais eficaz, por certo os lucros serão maiores também.
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