Criminoso, dois dias depois da Chacina em Ceilândia, teria entrado em contato com a mãe. Polícia trabalha com a hipótese de que o procurado estaria escondendo munições e drogas em uma casa no DF
Já se passaram mais de duas semanas e, até o momento, Lázaro Barbosa, responsável por uma série de crimes em Brasília e Goiás, não foi localizado. Na manhã desta quarta-feira, 23/6, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás (SSP) informou que eram 280 policiais envolvidos na operação de captura do fugitivo. Para além dos agentes, equipamentos de altas tecnologias e cães farejadores auxiliam nas buscas.
No entanto, mesmo com os recursos, os policiais têm que lidar, diariamente, com inúmeros empecilhos. As pistas e, até mesmo, denúncias falsas, se tornaram as maiores barreiras. “Tudo que encontramos, desde resíduos de comida, roupas e o carro incendiado, localizado nesta terça-feira (23), passarão por análises. Logicamente, existe a possibilidade do próprio criminoso estar implantado esses objetos para confundir o trabalho da polícia. Mas tudo está sendo devidamente estudado pela nossa equipe”, afirmou, em nota, a pasta responsável.
Ainda, segundo a SSP, o disque-denúncia, que começou a funcionar no último domingo (20), recebe, em média, mil denúncias por dia. Dessas, mais de 80% são falsas e atrapalham consideravelmente o progresso da operação.
Contato com a mãe

Uma tia de Lázaro Barbosa, Zilda Maria, relatou em entrevista a TV Globo que ele entrou em contato com a mãe dois dias depois da Chacina em Ceilândia, e contou que não agiu sozinho na ocasião.
Segundo Zilda, a mãe do suspeito estava em um ônibus, voltando para Barra do Mendes, na Bahia, quando recebeu a ligação do filho. Na conversa, ele perguntou se a mãe, Eva Maria de Souza, estava bem e falou que não era ele que estava com a mulher (vítima da Chacina).
“Ela atendeu o telefone no ônibus, ficou nervosa, ele perguntou se ela estava bem e ela disse: ‘Como é que você me pergunta se eu estou bem? Depois de tudo que você fez, como é que é você me pergunta se eu estou bem? Cadê a mulher? O que que tu fez?’. Aí ela disse que ele falou assim: ‘Não foi eu sozinho e não sou eu que estou com a mulher’. Ela disse que a prosa foi essa aí”, revelou a tia de Lázaro Barbosa.
Também de acordo com Maria Zilda, depois do contato dele com a mãe, o sobrinho nunca mais entrou em contato com ninguém da família.
Como já reportado pelo Portal CONTEXTO, a mãe de Lázaro, em entrevista a TV Bahia, disse que não via o filho há dois anos. No entanto, Eva não chegou a mencionar o possível contato feito pelo filho depois dos crimes.
Teorias e defesa

Com a fuga e dificuldade em localizar o suspeito, a polícia trabalha com a hipótese – entre tantas levantadas – de que o procurado estaria escondendo munições e drogas em uma casa no Distrito Federal, levantando a ideia de que Lázaro estaria sendo auxiliado. O fugitivo trocou tiros com a polícia em pelo menos três oportunidades.
Diante de uma operação em que o cerco se fecha, mas sem resultados expressivos, um advogado criminalista afirmou que foi abordado por um grupo religioso, que estaria auxiliando Lázaro Barbosa, sobre entrega ou rendição do procurado. De acordo com o defensor, que não foi identificado, “me especularam se eu tinha condições de garantir a integridade física dele”.
O advogado não aceitou o caso e afirmou que Lázaro estaria escondido em outro município. A força-tarefa afirma que “não chegou nenhuma informação nesse sentido” e que, caso algum advogado tenha interesse e represente Lázaro, é preciso procurar as equipes.
Sem defensor representado, a Defensoria Pública chegou a pedir que, caso Lázaro seja preso, que ele permaneça em cela separada dos outros detidos, de modo a garantir a integridade física do criminoso.
O pedido também incluía a blindagem por parte da imprensa, evitando a exploração midiática do caso após a prisão. Porém, o pedido foi negado pela Justiça e considerado “inoportuno”, pois depende do desfecho da operação. A Defensoria recorreu e pediu nova proteção a Lázaro.




