O segundo ciclo de debate sobre segurança pública, promovido pela Associação Comercial e Industrial de Anápolis, em sua reunião ordinária de quarta-feira, 3, trouxe um “raio-x” sobre o trabalho da Polícia Civil. O delegado geral, Jerônimo Rodrigues, que era aguardado para o debate com a classe empresarial local, não pode comparecer devido a problemas particulares de última hora e foi representado, na ocasião, pelo delegado titular do 3º Distrito Policial, Glaysson Charles Rezende Reis.
Durante a reunião, o delegado ressaltou que a principal dificuldade enfrentada pela Polícia Civil, no município, diz respeito à falta de pessoal. O quantitativo atual, segundo ele, atenderia a uma cidade com população de 100 mil habitantes. “Hoje temos uma cidade com quase 400 mil habitantes e vários cidades do entorno que recorrem aos plantões nos finais de semana e feriados”, sublinhou Glaysson Reis, acrescentando que isso tem gerado uma grande sobrecarga de trabalho para os delegados que, muitas das vezes, depois de cumprirem o expediente, em alguns casos, são obrigados a dobrar a jornada com o plantão.
Glaysson Reis tomou por exemplo o próprio 3º DP, onde é titular. Além de cobrir uma extensa área de bairros a partir do Jundiaí, abrangendo uma grande faixa populacional, ele e sua equipe – três escrivães, cinco agentes e um auxiliar de agente – se dividem ainda entre as tarefas das delegacias especializadas do Meio Ambiente e do Consumidor. O quadro é semelhante nos outros DPs, o que tem dificultado o atendimento às ocorrências levadas pela Polícia Militar. Essa deficiência, entretanto, somente poderá ser suprida a partir do provimento de cargos por concursos. E, neste caso, concitou a Acia e outros segmentos organizados a cerrarem fileiras visando sensibilizar o Estado, para o aumento do efetivo na cidade.
Flagrantes
Além disso, o bacharel defendeu a mobilização de esforços para que seja criada mais uma central de flagrantes que, em sua opinião, deveria ficar localizada na região da Vila Jaiara, atendendo a parte norte do município. E, depois, lutar para expandir também em outros setores, por que a descentralização traria maior agilidade aos trabalhos. O delegado ponderou que em termos de viaturas e armamentos, a Polícia Civil de Anápolis não tem registrado maiores problemas. Na parte burocrática, está sendo implantado o sistema informatizado para a produção de documentos para o Judiciário.
Ainda na reunião, o delegado defendeu que haja uma “sintonia fina” entre todos os organismos envolvidos diretamente com a segurança pública na cidade, inclusive, apresentando uma proposta de um fórum reunindo as polícias Militar, Civil, Federal, Rodoviária Federal, Ministério Público, Judiciário e entidades da sociedade organizada. Outro ponto defendido seria a criação da Secretaria Municipal de Defesa Social, com o objetivo de se criar uma política permanente para o setor, como muitos municípios brasileiros já estão fazendo.