O Ministério da Saúde está divulgando o mapa da dengue no País. Para os anapolinos, uma boa notícia: o Município foi classificado como satisfatório. Ou seja: com o Índice de Infestação Predial (IIP) abaixo do aceitável pelo próprio Ministério. Em contrapartida, um motivo de preocupação é que Goiânia, a 50 quilômetros, está entre os 102 municípios em situação de alerta. Em Goiás, nenhuma cidade está na classificação de risco.
Dos dez municípios com risco de surto no novo levantamento, quatro estão no Nordeste – Camaçari, Ilhéus e Itabuna (BA) e Mossoró (RN); e outros quatro no Sudeste – Governador Valadares e Ipatinga (MG) e Barretos e Presidente Prudente (SP). Palmas (TO), na região Norte, e Cáceres (MT), no Centro Oeste, completam a lista. Três destas cidades já estavam na situação de risco de surto em 2008 (Camaçari, Itabuna e Mossoró). Entre os 102 municípios em alerta, 17 são capitais.
A pesquisa desenvolvida pelo Ministério da Saúde é chamada de LIRAa – Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti e foi realizada entre os meses de outubro e novembro passados em 163 cidades de todas as regiões brasileiras. O levantamento permite identificar onde estão concentrados os focos do mosquito em cada cidade.
No caso de Anápolis, o LIRAa identificou um IIP de 0,9%. Quase chegando, portanto, ao patamar de 1% que é o tolerável pelo Ministério da Saúde. O lixo (resíduos sólidos) é o local de maior incidência de focos do mosquito transmissor da Dengue, com 63% dos criatórios predominantes. O que reforça, mais uma vez, a necessidade de a população manter a limpeza de quintais e lotes, a fim de se evitar a proliferação do Aedes aegypti. Com 23,3% dos criatórios predominantes, as caixas d‘água, tambores, tonéis e poços, são a segunda ameaça. A terceira maior ocorrência, com 6,8% dos criatórios predominantes, está nos chamados depósitos domiciliares (vasos, pratos, bromélias, ralos, lajes e piscinas).
Metodologia
Implantado em 2004, o LIRAa é uma metodologia utilizada para identificar os criadouros predominantes e a situação de infestação nos municípios. Participam capitais e cidades de regiões metropolitanas; municípios com mais de 100 mil habitantes, de fronteira ou com grande fluxo de turistas. Estes municípios são divididos em grupos (ou estratos) de 9 a 12 mil imóveis com características semelhantes. Em cada grupo, os agentes de saúde visitam cerca de 450 casas, lotes baldios, estabelecimentos comerciais e prédios públicos.
Os estratos em que menos de 1% dos imóveis apresentam infestação por larvas do Aedes aegypti são considerados em condições satisfatórias. Os grupos com índice de infestação predial de 1% a 3,9% estão em situação de alerta; e com índice superior a 4% apresentam risco de surto de dengue.
A responsabilidade de aplicar a metodologia é dos próprios municípios. Embora o levantamento não seja obrigatório, o Ministério da Saúde recomenda sua realização, pois ele permite o direcionamento oportuno das ações de controle para as áreas mais críticas, no período que antecede o período de janeiro a maio, quando ocorrem 70% dos casos da doença.
Nesse período, devido às altas temperaturas, o ciclo do Aedes, que em climas amenos demora 30 dias para se desenvolver da larva ao mosquito adulto, pode ser reduzido para 12 dias. Isso aumenta a população do vetor e pode, consequentemente, ampliar o número de casos de Dengue.
Parâmetros dos Índices do LIRAa:
Os estratos com índices de infestação predial:
– Inferiores a 1%: estão em condições satisfatórias
– De 1% a 3,9%: estão em situação de alerta
– Superior a 4%: há risco de surto
A situação no Brasil
Nova avaliação nacional das informações sobre infestação por larvas do Aedes aegypti, mosquito transmissor da Dengue, revela que 10 cidades estão em situação de risco de surto da doença no Brasil. Isso significa que mais de 3,9% dos imóveis pesquisados nesses municípios apresentaram larvas. Outras 102 cidades brasileiras estão em situação de alerta: nelas, entre 1% e 3,9% dos imóveis analisados registraram infestação.
Os dados do Ministério da Saúde mostram que o número de casos de dengue notificados em todo o país caiu 46,3% entre 1º de janeiro e 1º de agosto deste ano, ante o mesmo período de 2008. Houve, também, queda proporcional no número de casos graves (79,2%) e de mortes causadas pela doença (63,2%).
O LIRAa conclui que cresceu o número de municípios em estado de alerta e com risco de surto, em comparação com os dados do ano passado. Em 2008, cinco municípios estavam com risco de surto e 71 em situação de alerta. O número de municípios com índices satisfatórios caiu de 83 para 42.