O Ministério da Saúde aprovou 63 projetos municipais contra a dengue, que garantirão a Goiás um adicional de R$ 3,5 milhões no combate à doença. Desse total de recursos, os maiores valores serão repassados para os municípios de Goiânia (R$ 1,5 milhão), Aparecida de Goiânia (R$ 457,6 mil) e Anápolis (R$ 291,2 mil).
No País, 1.159 cidades foram selecionadas. A medida permitirá que os municípios recebam 20% a mais do que os repasses regulares do Teto de Vigilância e Promoção à Saúde. Ao todo, serão R$ 92,8 milhões adicionais. Os planos incluem a qualificação das ações de prevenção e controle da doença. O número de municípios selecionados é 17% maior do que os 989 previstos em outubro, quando foi lançando o conjunto de ações estratégicas para o enfrentamento da dengue neste verão. “Os municípios selecionados assinam um termo de adesão. É um comprometimento, junto com o Ministério da Saúde, de ampliar as ações de combate ao mosquito transmissor, a vigilância dos casos e notificações. e organização da assistência aos pacientes”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Até o final de novembro do ano passado, foram notificados 742.364 casos suspeitos de dengue em todo o Brasil. Em comparação com o mesmo período do ano passado, houve uma redução de 25%. De janeiro a novembro de 2010, registraram-se 985.720 casos suspeitos da doença. As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, também, registraram diminuição nos casos de dengue: A maior redução – de 77% – foi registrada no Centro-Oeste. Foram 211.695 casos, em 2010, contra 48.524, em 2011.
A Dengue possui quatro sorotipos de vírus (DENV 1; DENV 2, DENV 3 e DENV 4). As atividades de vigilância virológica, em 2011, destacam o predomínio da circulação do sorotipo DENV 1 no País. Foram constatadas, porém, uma circulação importante dos tipos DENV 2 e DENV 4. Esse cenário, associado às condições ambientais, que permitem a manutenção do mosquito Aedes aegypti, alerta para a possibilidade de persistência da transmissão em níveis elevados do vírus no verão de 2012.
A situação da dengue em Goiás
O último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SESGO), com dados atualizados até 10 de dezembro, aponta que Goiás teve 41.480 casos notificados de dengue, contra 115.079 do ano passado, representando uma redução de 62,92%. O número de óbitos registrados no período de janeiro a dezembro do ano passado foi de 29, contra 93 de 2010, representando uma redução de 68,14%. Entretanto, apesar desses números, há uma preocupação das autoridades do setor, pela presença do tipo 4 da dengue, que embora não seja mais perigoso que os demais, pode contribuir para aumentar o risco de epidemia.
Conforme os dados oficiais da SESGO, no ano passado, dos 29 óbitos confirmados, 12 foram por dengue hemorrágica, sendo que, destes casos, quatro aconteceram em Goiânia, dois em Luziânia, e um caso nos municípios de Anápolis; Aparecida de Goiânia; Catalão; Quirinópolis; Santo Antônio do Descoberto e Cidade de Goiás. As 17 outras mortes foram notificadas como Febre Hemorrágica de Dengue, sendo: 11 em Goiânia, quatro em Aragarças; duas em Rio Verde; duas em Aparecida de Goiânia; duas em Luziânia e um óbitos em cada um dos seguintes municípios: Pontalina; Goianésia; Jaraguá; Piracanjuba; Alexânia; Trindade, São Miguel do Araguaia e Jataí.
Os 10 municípios com maior número absoluto de casos de dengue na semana 49 (de 1º de janeiro a 10 de dezembro de 2011) foram: Goiânia (15.528); Aparecida de Goiânia (6.000); Luziânia (3.405); Anápolis (3.139); Cidade Ocidental (718); Goianésia (697); Jataí (564); Trindade (530), Rio Verde (523) e Senador Canedo (501).
Fique por dentro da dengue
Quais os sintomas?
O doente pode apresentar sintomas como febre; dor de cabeça; dores pelo corpo, náuseas ou, até mesmo, não apresentar qualquer sintoma. O aparecimento de manchas avermelhadas na pele, sangramentos (nariz e gengivas), dor abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes, podem indicar um sinal de alarme para a dengue hemorrágica. Esse é um quadro grave que necessita de imediata atenção médica, pois pode ser fatal.
É importante procurar orientação médica ao surgirem os primeiros sintomas, pois as manifestações iniciais podem ser confundidas com outras doenças, como febre amarela, malária ou leptospirose e não servem para indicar o grau de gravidade da doença.
Todos os quatro sorotipos de dengue 1, 2, 3 e 4 podem produzir formas assintomáticas, brandas e graves, incluindo fatais.
Como se transmite?
A doença é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. Não há transmissão pelo contato direto com um doente ou suas secreções, nem por meio de fontes de água ou alimento.
Como tratar?
Todas as pessoas com febre de menos de sete dias durante uma epidemia ou por casos suspeitos de dengue, cuja evolução não é possível predizer, devem procurar tratamento médico onde algumas rotinas estão estabelecidas para o acompanhamento, conforme a avaliação clínica inicial e subsequente, quanto à possibilidade de evolução para gravidade. A hidratação oral (com água, soro caseiro, água de coco), ou venosa, dependendo da fase da doença, é a medicação fundamental e está indicada em todos os casos em abundância. Não devem ser usados medicamentos à base de ácido acetil salicílico e antiinflamatórios, como aspirina e AAS, pois podem aumentar o risco de hemorragias.
Como se prevenir?
A melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não acumular água em latas; embalagens; copos plásticos; tampinhas de refrigerantes; pneus velhos; vasos de plantas; jarros de flores; garrafas; caixas d‘água; tambores; latões; cisternas, sacos plásticos e lixeiras, dentre outros.