A votação teve um placar apertado – 228 a 210 – mas a maioria dos deputados federais decidiu que o Conselho de Controle de Atividades Fiscais, o Coaf, órgão do governo que ajuda a combater crimes de lavagem de dinheiro e crimes financeiros no País, deverá sair do Ministério da Justiça, comandado por Sérgio Moro, para o Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes.
A votação da matéria aconteceu na última quarta-feira, 22/05, e foi marcada por uma verdadeira batalha nas redes sociais. Muita gente apoiando a proposta para que o Coaf ficasse sob o comando de Sérgio Moro, o então juiz federal que cuidava dos processos da Operação Lava Jato e mandou muita gente graúda para a cadeia, entre eles, inclusive, o ex-Presidente Lula. Moro foi convidado pelo Presidente Jair Bolsonaro para fazer parte do Governo, dando a ele a missão de atuar no combate à corrupção no País. E, dentro desse contexto, o Coaf constituía uma peça importante. E, de outro lado, legiões de seguidores de Bolsonaro que estavam com a proposta do “Capitão”, de levar o Coaf para a Economia.
Da bancada de Goiás – que tem 17 deputados – sete parlamentares votaram contra Moro: Adriando do Baldy (PP), Alcides Rodrigues (PRP), Glaustin Fokus (PSC), Lucas Vergílio (SD), Magda Mofatto (PR), Professor Alcides (PP) e Rubens Otoni (PT).
Adriano do Baldy e Rubens Otoni, que têm Anápolis como uma de suas principais bases políticas, comentaram a decisão de votar pela retirada do Coaf do Ministério da Justiça.
O Deputado Adriano Avelar (do Baldy) ressaltou que, no sem entendimento, o Coaf está ligado à área econômico-financeiro e, portanto, seu enquadramento deve ser no Ministério da Economia. O parlamentar considera que essa mudança não prejudicará o trabalho do ministro Sérgio Moro, em razão de “o governo é um só”, pontuou.
Outro ponto decisivo, segundo disse, foi o fato de o Ministro Paulo Guedes garantir que irá manter toda a equipe do Conselho definida pelo colega de Governo, Sérgio Moro. “O papel do Conselho não irá se apequenar simplesmente por conta de uma transferência de pasta dentro do próprio governo. Acredito na estrutura do Ministro Paulo Guedes e na permanência de toda a plataforma econômica sob a pasta da economia. O Brasil está alinhado com todos os grandes países do mundo”, enfatizou Adriano.
O petista Rubens Otoni, por sua vez, disse que o Coaf sempre esteve na Economia e vai continuar na Economia. Segundo o parlamentar, o Governo Bolsonaro tentou, por Medida Provisória, mudar o Coaf de lugar. “Não conseguiu os votos necessários na sua própria base de apoio”, frisou.
Rubens Otoni destacou, ainda, que ninguém tirou o Coaf do Ministro Sérgio Moro, “até porque o Coaf não pode ter dono”, disparou o deputado, enfatizando que Moro teve coragem de enfrentar Bolsonaro e não se curvou “à pressão violenta de suas redes sociais”.
A questão ainda não está pacificada, já que haverá votação no Senado Federal. A MP 870, que trata da mudança na estrutura do Governo, terá de ser votada até o dia 3 de junho próximo, para que não perca a sua validade.