Crescimento das cidades não tem sido proporcional à oferta de água potável em qualidade e volume
Há um clamor social pela consistência no abastecimento de pequenas, médias e grandes cidades, com o receio da falta do produto que fica cada vez mais caro e mais inacessível
O grande desafio para as políticas ambientais/sanitárias de Anápolis, como do restante das cidades brasileiras, é garantir-se água potável para as gerações vindouras. Dentro da realidade local, já existe esta preocupação, diante da certeza de que em mais anos, menos anos, o problema deverá ser enfrentado, a depender-se da gravidade, ou não, em que ele se apresentar. Mas, a certeza que existe é a de que a Cidade não vai parar de crescer, e, em ritmo, até, mais veloz do que grande parte das outras comunidades. A população vai aumentar, assim com aumentará a necessidade de água para os consumidores domésticos, industriais, comerciais e prestacionais de serviços.
Há iniciativas, atualmente, no sentido de se prover a região urbana, pelo menos, de indícios positivos da garantia de água para os futuros dez, quinze anos, com as obras em andamento.
Mas, quinze anos passam rápido e as cidades continuam a ganhar mais habitantes. Ou seja, a equação, às vezes, não bate, pois o consumo aumenta desproporcionalmente às providências que têm sido tomadas. Numa comparação simplista, é como se nas duas últimas décadas, o consumo tivesse sido equivalente à oferta, mas, nas duas próximas décadas, a oferta terá de ser aumentada com maior velocidade, pois a população vai crescer também e, mais rapidamente.
Falta de água
Diante da realidade que se mostra, com soluções paliativa, ou, próximo disso, acende a luz de alerta como se tentasse despertar o poder dominante sobre a urgente necessidade de se criarem reservas aquíferas, tendo em vista a fragilidade do que existe hoje. É preciso pensar, com urgência, em Anápolis, na formação de um grande reservatório (lago, represa, etc.), como já existe em outras cidades, inclusive Goiânia, que dispõe da Barragem do “João Leite”. O caso de Anápolis é tão urgente quanto.
Embora, em algumas partes do mundo, ainda haja correntes contrárias à reservação de água doce, inclusive em sistemas que podem abastecer as reservas subterrâneas, por motivos econômicos, principalmente de interesse das petroleiras é importante entender que o mundo precisa de reservatórios de água e de condições para consumo e para gerar energia elétrica com água corrente. Há quem diga que os países, em geral, precisam de novas hidrelétricas de todos os tamanhos, que gerem energia 24 horas/dia. E não apenas 6 ou 7 horas.
Esgotamento natural
Em diversas regiões do globo terrestre, as reservas subterrâneas de água, fundamentais para as necessidades de bilhões de indivíduos, têm sofrido uma rápida diminuição. Foram feitas milhares de medições do nível das águas subterrâneas em 170 mil poços distribuídos por mais de 40 países. E, detectou-se que há um esgotamento preocupante desses recursos essenciais utilizados para consumo, irrigação e outros fins. Foi a primeira investigação a apresentar uma visão abrangente dos níveis de águas subterrâneas em todo o mundo. Essa iniciativa desempenhará um papel crucial para os cientistas terem uma compreensão maior do impacto humano sobre as reservas de água abaixo da superfície. Este estudo deve servir, ainda, para se entender o quanto as alterações nas chuvas associadas às mudanças climáticas contribuem para o cenário futuro.
Sem contar que as reservas desempenham um papel crucial na subsistência das comunidades, principalmente em regiões onde as chuvas e as fontes de água superficiais são limitadas.
Segundo o Programa de Estudos Ambientais da Universidade da Califórnia, a intenção é compreender melhor o estado das águas subterrâneas globais, analisarem-se milhares de medições do nível das águas subterrâneas. Os pesquisadores constataram que, no período de 2000 a 2022, os níveis das águas subterrâneas reduziram 71% em 1.693 sistemas aquíferos analisados. Em 36% desses locais, o declínio foi superior a 0,1 m por ano, em um total de 617 sistemas. (Com agências).
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