Quando foi embaixador do Brasil nos Estados Unidos, entre 1964 e 1965, o baiano Juracy Magalhães proferiu uma frase que ecoa até nos dias de hoje, e que aponta para interpretações positivas, quanto para negativas. Ele disse: “O que é bom para os Estados Unidos, é bom para o Brasil”. Era uma espécie de pregação sobre o alinhamento bilateral entre os gringos e nós, tupiniquins. É que, até então, existia uma espécie de dependência socioeconômica/cultural e afetiva, tendo em vista a forte influência que os americanos deixaram em todo o mundo, principalmente após a Segunda Guerra Mundial, quando a nação norteamericana se autoproclamou a salvadora da humanidade.
Por Vander Lúcio Barbosa
Tudo dos americanos, de fato, era assimilado pelos brasileiros: a indústria automobilística, a indústria cinematográfica, as música, o Rock And Roll e outras propostas que vertiam para o setor econômico. Vieram, em seguida, outros componentes, como o uso de tênis, o uso de roupas do segmento jeans, os pit-dogs e muito mais, que em tese, “amercicanizaram” os brasileiros que, consciente, ou, inconscientemente se deixaram seduzir ao longo da décadas. Mas, as coisas começaram a mudar e continuam em mudanças.
A economia nacional está preocupada com o Presidente Donald Trump, que busca resgatar o orgulho americano. Sua política econômica agressiva, com prioridade nas tradições dos EUA, tem assustado muitos países, incluindo o Brasil. Trump não hesita em tomar medidas drásticas, evidenciado pela recente taxação sobre exportações brasileiras, como minério de ferro e alumínio, impactando significativamente o comércio. Suas ações deixam claro que os Estados Unidos são sua prioridade.
Segundo os economistas, o Brasil enfrentará perdas financeiras com a nova ordem econômica dos EUA sob Trump. A tributação do ferro e alumínio é apenas o começo; produtos como carne, suco de laranja e café também perderão competitividade. Os exportadores estão preocupados com o impacto nos mercados. Com a deportação de brasileiros e a ameaça de medidas mais duras, surge a dúvida sobre a relevância da famosa frase de Juracy Magalhães nas atuais circunstâncias.
E, pelo visto a bola da vez é a China. O Brasil caiu na graça dos chineses e, eles, aparentemente, na nossa. Aparentemente. São nossos maiores parceiros econômicos. Estão cada dia mais presentes m nosso cotidiano. O Brasil está deslumbrado com a China. Resta saber se alguém vai parafrasear o, então embaixador baiano, com alterações, claro. “O que é bom para a China é bom para o Brasil”. Só o tempo dirá.