As pessoas mais velhas sempre foram conhecidas como acolhedoras, dotadas de uma sabedoria imprescindível e capazes de transformar os olhares, sobretudo o que está ao nosso redor através de um simples conselho.
Tendo isso em mente, deveríamos sempre tratar de incluí-las no mercado de trabalho, afinal, um bom empresário quer estar sempre rodeado de pessoas que saibam dar opiniões certeiras no mundo dos negócios.
Mas o mercado é competitivo e tem baixas oportunidades para essas pessoas. O preconceito contra profissionais mais velhos tem crescido a cada ano que se passa. No setor privado, principalmente, acabamos observando empresas que a partir de certa idade forçam a saída do indivíduo, muitas vezes baseadas na visão de que o profissional é caro. Muitas empresas preferem contratar um adulto (idade intermediária) que tem experiência e pagam mais barato por ele.
Os trabalhos que exigem menos qualificação, preferem os mais jovens, com mais preparo físico, se tornam uma mão de obra mais barata. Como os mais velhos têm mais experiência e já têm patamar de salário mais alto, esse salário acaba sendo o motivo de discriminação. A saúde também pode ser considerada um motivo de discriminação. Se antes da pandemia, já se considerava que a pessoa mais velha é mais propensa a ter problemas de saúde. Imagina agora.
Do fim de 2019 até o fim de 2020, mais de 400 mil brasileiros com idades a partir de 50 anos passaram a ser desempregados. Se for considerado o aumento da taxa desde 2012, a alta do desemprego foi proporcionalmente maior para o grupo de 50 anos ou mais, segundo levantamento do IDados feito a pedido da BBC News Brasil com base na Pnad Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quem tem 50 anos ou mais, a taxa de desemprego saltou de 2,7% no último trimestre de 2012 para 7,2% no fim de 2020.
Embora, a pandemia do coronavírus tenha afetado fortemente o mercado de trabalho, é verdade também que antes dela a taxa de desemprego não estava em seus patamares mais baixos. É válido ressaltar também que muitos empregadores, aqui no Brasil, têm receio de contratar pessoas mais velhas por acharem que elas não conseguem realizar determinadas atividades, principalmente em âmbito tecnológico.
O Estatuto do Idoso define como tal a pessoa que tem 60 anos ou mais. E, com a população vivendo cada vez mais e a medicina avançando, especialistas também apontam que há uma grande diferença entre alguém que tem 60 anos hoje e uma pessoa de 60 anos décadas atrás.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já apontava em 2015 que o combate à discriminação etária deveria ser uma resposta de saúde pública ao envelhecimento da população. É importante ter uma visão equilibrada sobre o envelhecimento e juntos buscarmos aprovação de leis contra a discriminação baseada na idade.
Ao contrário do que acontece aqui, nos Estados Unidos, a proteção ao idoso supera a relação no mercado de trabalho. Existem leis que proíbem a discriminação baseada em idade também vemos programas e atividades que sejam assistidos pelo governo do país; quando viajamos para fora, notamos que a maioria das aeromoças são idosas, e isso também acontece nos comércios da América.
Precisamos começar a criar esta cultura de valorização no Brasil, os profissionais mais velhos merecem respeito em todos os âmbitos da sociedade e devem parar de serem considerados como um peso, devem ser vistos como pessoas experientes que estão sempre em busca de adquirir conhecimento para agregar na vida de todos que estão a seu redor.