Tecnologia desenvolvida por pesquisadores devolve capacidade de leitura a pessoas com degeneração macular avançada
Pesquisadores da Universidade de Stanford desenvolveram um implante de retina sem fio capaz de restaurar parte da visão em pessoas com perda visual causada pela idade. A tecnologia foi testada em pacientes com degeneração macular avançada, condição considerada até então irreversível e uma das principais causas de cegueira em idosos.
Resultados clínicos
O dispositivo, chamado PRIMA, foi avaliado em um estudo clínico com 32 participantes. Após um ano de uso, 27 deles recuperaram a capacidade de ler livros, placas e textos ampliados. Em alguns casos, os voluntários alcançaram acuidade visual equivalente a 20/42, com auxílio de zoom digital.
Como funciona
O sistema combina tecnologia óptica e estimulação neural. Inicialmente, uma câmera acoplada a um par de óculos captura as imagens do ambiente. Em seguida, essas imagens são transmitidas por luz infravermelha a um microchip de aproximadamente 2 milímetros implantado diretamente na retina.
O chip converte a luz recebida em estímulos elétricos, que passam a substituir a função dos fotorreceptores danificados pela doença. Dessa forma, o implante consegue contornar a degeneração das células responsáveis pela visão central.
Inovação inédita
Diferentemente de tentativas anteriores, que permitiam apenas percepção de luz e sombra, o implante PRIMA proporciona o que os cientistas chamam de “visão de forma”. Isso significa que os usuários conseguem distinguir padrões, contornos e letras, possibilitando a leitura e maior autonomia no dia a dia.
Impacto global
A inovação representa uma alternativa promissora para mais de 5 milhões de pessoas afetadas pela atrofia geográfica em todo o mundo. Essa forma avançada de degeneração macular compromete progressivamente a visão central e, até agora, não possuía tratamento eficaz.
Próximos passos
Atualmente, o implante oferece visão em preto e branco. No entanto, os pesquisadores já trabalham em atualizações de software e hardware para ampliar a resolução das imagens e incluir tons de cinza, considerados fundamentais para tarefas como reconhecimento facial.
Segundo os cientistas, o objetivo é aproximar cada vez mais a visão artificial da visão natural, ampliando a funcionalidade do implante e a qualidade de vida das pessoas com perda visual relacionada à idade.
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