A doença pode atingir pessoas de todas as idades, como o renomado maestro João Carlos Martins
Sabe aquelas pessoas que sempre balançam os pés quando se sentam? Ou mexem as mãos de forma contínua e desconectada ao falar? Mais do que um hábito, muitas vezes incômodo, esses movimentos repetitivos podem ser decorrentes da distonia.
Isso mesmo!
Distonia é uma condição neurológica caracterizada por movimentos involuntários e repetitivos, que podem afetar diversas partes do corpo, como o pescoço, os braços, as pernas e o tronco.

A doença pode atingir pessoas de todas as idades, como o maestro João Carlos Martins (que revelou sofrer de distonia desde os 16 anos), e ter causas genéticas ou adquiridas, como traumas cerebrais, infecções, uso de medicamentos ou outras doenças, como Parkinson e síndrome de PKAN.
Para conscientizar a sociedade sobre o tema, hoje, 6 de maio, é celebrado o Dia da Conscientização sobre Distonia.

A neurocirurgiã Ana Maria Moura observa que esse é uma doença neurológica rara que afeta a coordenação muscular e pode comprometer a qualidade de vida dos pacientes. Ela explica que as contrações repetidas de um músculo ou de um grupo de músculos podem ser bastante doloridas, levam a movimentos e posturas anormais dificultando a mobilidade voluntária, podendo ser incapacitante e até levar à morte.
Os sintomas podem variar desde leves desconfortos até dificuldades severas na execução de tarefas cotidianas, como escrever, se vestir, comer e andar.
Quem sofre com distonia também enfrenta preconceitos que somente a divulgação de informações sobre a doença pode combater.
Tipos
Há dois tipos de distonia, a primária e a secundária. A primária é quando a condição é a única característica clínica e não está relacionada a outras doenças. A secundária é provocada por uma outra doença ou tem outras causas possíveis.
O tratamento é definido a partir da identificação da causa do problema e pode medicamentoso, cirúrgico, incluir injeções de toxina botulínica, estimulação cerebral profunda e atividade físicas.
“Portanto, é importante que o paciente tenha um diagnóstico correto e precoce e possa iniciar o tratamento o quanto antes”, diz Ana Maria Moura, que tem atuado no tratamento cirúrgico da doença, o que vem permitindo que pacientes tenham mais qualidade de vida.
Vale lembrar que, recentemente, ela operou cum criança com síndrome de PKAN e distonia generalizada grave. Foi a primeira cirurgia do tipo realizada no País e aconteceu em um hospital de Goiânia.