Todos os animais possuem uma dinâmica social, mas alguns impressionam pelos detalhes, sensibilidade, cuidado com as manadas e proteção ao grupo. Em certos quesitos, alguns parecem possuir maior sensibilidade que os humanos.
Quando um elefante precisa ser transportado de avião de um lugar para outro, centenas de pintinhos são colocados dentro da jaula. Fazem isso porque o elefante, uma criatura tão imensa, tão fascinante e cheia de particularidades (o elefante-africano é o maior de todos os animais terrestres) teme machucá-los. Então, ele permanece absolutamente imóvel durante o voo. E não é por medo ou ordem, mas por consciência. Ao fazer assim, o avião mantém o equilíbrio.
Os elefantes têm vida longa, semelhante à dos humanos. Podem viver entre 50 e 70 anos na natureza e alguns chegam aos 80. Eles passam a maior parte do dia comendo e precisam de grandes quantidades de vegetação (grama, folhas, cascas, frutas, raízes) para se sustentarem. Um elefante adulto pode consumir entre 150 e 200 kg de comida por dia!
Também são dotados de uma memória excepcional, tanto é que o ditado “memória de elefante” é verdadeiro em vários aspectos. Eles se lembram das rotas de migração, dos locais de água e alimento, de outros elefantes e humanos por muitos anos. Essa memória é vital para a sobrevivência em ambientes áridos.
Eles se comunicam de diversas formas. Além dos barulhos audíveis, usam infrassons (sons de baixa frequência, inaudíveis para humanos) que podem viajar por quilômetros por meio do solo. Apesar da pele espessa e enrugada (que pode ter até 2,5 cm de espessura em algumas áreas), ela é surpreendentemente sensível ao sol e às picadas de insetos. É por isso que eles se banham frequentemente em lama e poeira, que agem como protetor solar e repelente.
Intrigados com a delicadeza desses animais, cientistas analisaram o cérebro dos elefantes e descobriram algo raríssimo: o cérebro deles possui células fusiformes. Ou seja, são os mesmos neurônios que, nos humanos, associam-se se à empatia, à autoconsciência, à capacidade de sentir o outro. O elefante não é apenas forte. É sensível. Não é apenas grande. É imensamente nobre.
Eles têm comportamentos que realmente nos impressionam e muitas vezes refletem características que valorizamos em nós mesmos ou em outras espécies complexas. Elefantes demonstram sinais claros de empatia, consolo e preocupação com outros membros de seu grupo que estão em sofrimento. Eles se reúnem em torno de um filhote ferido, tocam-se com os troncos para confortar e há muitos relatos de elefantes “consolando” uns aos outros após a morte de algum deles. Essa capacidade de sentir e responder às emoções alheias é algo realmente comovente.
Em relação à morte, eles não só demonstram luto quando um membro do grupo morre, mas também retornam aos locais onde parentes morreram, inspecionam os restos mortais (ossos, presas), tocam-nos suavemente com os troncos e ficam em silêncio por longos períodos. Esse respeito pelos mortos e a aparente consciência da mortalidade são equiparados ao comportamento humano.
Em seus grupos, eles cooperam para cuidar dos filhotes, defender o grupo contra predadores e para ajudar membros feridos ou idosos. Há ainda relatos de elefantes ajudando outros animais (não elefantes) em apuros, o que sugere um altruísmo além da própria espécie.
Caminham em grupo liderado, nunca sozinhos. São discretos: acasalam longe dos olhos e, antes de voltarem ao lugar em que estavam, lavam-se! Quando encontram os outros pelo caminho, move-os com a tromba com delicadeza para não ferir. Talvez, o mais comovente seja o fato de que, quando sentem que vão morrer, o elefante se afasta e fica sozinho em silêncio para poupar a manada da dor. Essas sensibilidades e comportamentos complexos, que muitas vezes parecem espelhar qualidades humanas, são o que torna os elefantes tão fascinantes e dignos de admiração.