Confira a coluna de variedades assinada pelo jornalista Nilton Pereira
CGU vai auditar seguro
No início do mês, a CGU (Controladoria-Geral da União) abriu uma auditoria sobre o seguro-defeso em 23 cidades do Acre, Amazonas, Amapá, Bahia, Maranhão e Piauí, onde há a maior concentração de pescadores per capita…
Nos últimos nove anos, pelo menos R$ 4,4 bilhões em benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e programas assistenciais, como o Bolsa Família, foram pagos para pessoas que já morreram, e no mínimo R$ 28,5 milhões ainda são pagos mensalmente, segundo auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União). O problema é a falta de atualização das informações — pelas famílias ou cartórios.
O que aconteceu
75 mil mortos ainda estão recebendo benefícios. O TCU apontou que 13,1 milhões de mortes não foram registradas no Sirc, o sistema nacional utilizado para informações sobre o registro civil, em parte devido à falta de procura das famílias para emissão de certidão de óbito ao atraso de cartórios no envio das informações. O sistema exige que os cartórios registrem óbitos no prazo de um dia útil, mas alguns demoram mais de nove dias, gerando pagamentos indevidos, que já somam R$ 2,7 bilhões. Além disso, falhas na coleta de dados, como a falta de informações básicas de identificação, como CPF e data de nascimento, resultaram em prejuízos de R$ 163 milhões INSS é o principal afetado, mas Bolsa Família e até salários de servidores públicos podem ter sido pagos indevidamente. As instituições utilizam o sistema para cancelar benefícios de falecidos. Segundo o TCU, houve a continuidade de pagamentos de aposentadorias, pensões e benefícios assistenciais a pessoas já falecidas. O período avaliado é de janeiro de 2016 a fevereiro de 2025…
Tarifaço
A canetada amarga do ex-presidente Donald Trump, que impôs uma tarifa de 50% ao café solúvel brasileiro, caiu como pedra no setor cafeeiro nacional. Não é para menos: os Estados Unidos são, disparado, o maior comprador desse tipo de café produzido no Brasil.
Alerta vermelho
A Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (ABICS), que representa todo o setor no país, soou o alarme diante da nova política tarifária. “Em 2024, os EUA representaram 20% das exportações brasileiras do segmento, cerca de 780 mil sacas de 60 kg”, informou a entidade em nota oficial.
Na prática, o Brasil ocupa hoje o segundo lugar entre os maiores fornecedores de café solúvel para os Estados Unidos, com mais de 25% do mercado. Ou seja, a cada quatro xícaras de café instantâneo nos EUA, uma vem do Brasil — e esse dado mostra o tamanho do impacto da medida.
Protagonismo
Com a nova tarifa salgada, o protagonismo brasileiro pode derreter feito açúcar em café quente, especialmente diante de concorrentes com taxas bem menores ou isentas. Nesse cenário, o produto brasileiro perde competitividade, enquanto países como o México ganham força ao oferecer preços mais atraentes aos compradores americanos.
Pra se ter uma ideia, o México — maior concorrente — escapou ileso da nova taxação e seguirá exportando sem pagar tarifa alguma. Outros países enfrentam taxas entre 10% e 27%, bem abaixo dos 50% reservados exclusivamente ao Brasil, que agora amarga o topo do ranking.
Junte-se aos grupos de WhatsApp do Portal CONTEXTO e fique por dentro das principais notícias de Anápolis e região. Clique aqui.