O Brasil realizou 7.098 transplantes de órgãos e 12.746 transplantes de córneas, em um total de 19.844 procedimentos neste ano de 2025. Mas, a lista de espera é de quase cinquenta e sete mil e quatrocentas pessoas ativas. Mais de 1,3 mil brasileiros precisam de um fígado, trezentos esperam por um coração novo e, quase 24 mil pessoas precisam de córnea. Os números escancaram uma realidade: a quantidade de pessoas com graves problemas de visão.
Os motivos são variados, mas o sofrimento é o mesmo. E, por mais que se façam cirurgias para a recomposição visual das pessoas, mais a fila aumenta. Como também, aumenta a resistência de famílias que não permitem a retirada de órgãos de entes queridos, ainda que, estes, em vida, tenham manifestado e, até, documentado tal desejo.
Há razões religiosas, filosóficas e convicções de outras formas que impedem um maior volume de transplantes. Mas, há outros problemas de ordem estrutural, como a falta de um maior número de postos de coleta, de pessoal preparado para as devidas cirurgias, logística de transporte e outros fatores que dificultam as operações.
Há quem defenda a criação de leis que possam flexibilizar o sistema, a fim de se diminuírem as filas de espera, bem como a instituição de campanhas para o convencimento das famílias resistentes em autorizarem a retirada de órgãos.
Mas, mesmo diante de tantas dificuldades, é confortável saber que o Brasil é um dos países onde se faz um excelente número de transplantes. Este procedimento, além de altruísta e solidário, permite uma boa sobrevida na maioria dos casos. Milhares de pessoas tem recebido uma “nova oportunidade” de viver, graças às doações generosas e humanísticas.
Os dados mais recentes são animadores: Dos 7.098 transplantes de órgãos este ano, a maioria foi de rim (4.746), seguido por fígado (1.868) e coração (304). Os dados indicam uma predominância de receptores masculinos nos transplantes de órgãos (62%) e femininos nos transplantes de córnea (54%).
Há um esforço coletivo para, não só, amentar o número de doadores, mas, para que os governos em geral abram os olhos para esta realidade e criem alternativas facilitadoras, a fim de que as doações tenham um maior volume. Muitas pessoas, de toda as idades, de todos os credos, de todas as vertentes sociais aguardam, ansiosamente, um gesto de solidariedade para que se lhes seja devolvido o sentido da vida.
Dentre estas pessoas, se encontram muitas crianças, adolescentes e jovens que estão despertando para a vida, mas que esbarram nos graves problemas de saúde que, em grande parte dos casos, poderiam ser resolvidos por um transplante. E fica o desejo e a torcida para que as famílias que, ainda, resistem à ideia de doarem órgãos para salvarem-se vidas, reflitam e vejam a importância disso para quem deseja, apenas, viver. A propósito, em 27 de setembro último, foi celebrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos.
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