Data coincide com o início da quarentena na cidade.
Setor reclama que é o mais prejudicado com as novas normas de funcionamento
“Alugamos quatro trios elétricos por três dias seguidos e vamos pedir, com o auxílio deles, que a população e a prefeitura nos ouçam”, disse um dos representantes da ABRA – Associação dos Bares e Restaurantes de Anápolis, Rafael Fiuza. Segundo ele, mais de 100 donos de estabelecimentos de Anápolis já confirmaram presença numa carreata marcada para amanhã.
Rafael conta que tem 20 funcionários de carteira assinada no bar que mantém ao lado do Parque Ipiranga, no Bairro Jundiaí, e que conseguiu fazer o negócio sobreviver à primeira quarentena “por um milagre”, mas será impossível manter os empregos e o próprio empreendimento vivo dessa vez. “Deram a oportunidade para outros setores funcionarem dia sim, dia não, mas para nós, o fechamento às 22 horas e a proibição de abrir nos fins de semana foi uma sentença de morte”, concluiu ele.
Edson Teodoro também é dono de um bar na vila Jaiara que emprega outros 20 funcionários. Ele conta que todos ficaram desesperados depois que ele anunciou que o negócio irá à falência se as regras realmente forem divulgadas na quart-feira pelo prefeito. “Não tem jeito. Meu negócio é bebida, cerveja, tira-gostos. Ninguém vai pedir isso em delivery. Estamos liquidados”, lamentou.
Dentro das normas

Tanto Rafael quanto Edson afirmam estar seguindo mais do que o recomendado pelo Ministério da Saúde e a OMS no processo de sanitização e distanciamento social dentro dos estabelecimentos. “A vigilância sanitária esteve nos nossos bares todas as noites e chegaram a fotografá-los como exemplo a ser seguido, tamanha a ordem, limpeza e precisão no distanciamento das mesas”, disseram.
Eles afirmam que, durante a quarentena anterior, foram recebidos e tiveram suas situações compreendidas pelo prefeito Roberto Naves e querem voltar a dialogar para mostrar que os bares e restaurantes de Anápolis não são o problema da disseminação do coronavírus na cidade. “O centro está muito mais propenso a transmitir o vírus por causa da alta taxa de circulação de pessoas e vai continuar funcionando de modo escalonado, enquanto aqui, em ambientes controlados e totalmente sanitizados, fomos proibidos de atuar”, resumiram os empresários.
Para os dois, que representam os participantes do protesto, a proibição do funcionamento dos bares e restaurantes vai motivar a realização de festas secretas e confraternizações dentro de casas, onde o ambiente não é fiscalizado e a propagação do vírus será muito mais intensa. “Chega um ponto que as pessoas não aguentam o isolamento e acabam saindo. Se pudessem vir a um lugar seguro, seria muito melhor para a cidade”, concluem.