Em carreata, que começou no Daia e seguiu para o centro da cidade, os participantes pediam flexibilização das normas que, segundo eles, penalizam mais o setor
O jornal Contexto acompanhou na tarde dessa sexta-feira (03), a manifestação organizada pelos donos de bares e restaurantes de Anápolis. Os mais de 80 empresários reclamaram que, novamente, os estabelecimentos terão de ser fechados, penalizando o setor. Eles pediram a compreensão das autoridades.
“Esperamos que o prefeito flexibilize mais para nós. Já usamos todos os recursos que tínhamos para ficar fechados. Só no primeiro mês de pandemia, o meu prejuízo foi de R$ 120.000. Também temos famílias e filhos para sustentar”, afirma Gustavo Reis, proprietário do bar e restaurante “Fazendinha”.
Ainda de acordo com o empresário, todas as regras de segurança estão sendo cumpridas no local. Gustavo, afirma também ser a favor de uma vigilância mais rígida e do fechamento de todos os estabelecimentos que estão descumprindo as diretrizes.
“Nós estamos sendo prejudicados por muitos que não estão seguindo as normas. Eu tinha 23 funcionários, agora estou apenas com 9. Muita gente tá passando fome”, acrescenta.
O cantor sertanejo, Juan Gabriel, conta que esses últimos dias a situação ficou insustentável. O músico já esta parado há quase quatro meses e os shows são sua única fonte de renda. “Eu tenho pensão para pagar, filhos e esposa. Nem shows particulares nós estamos fazendo. Eu estou com muito medo dos próximos dias”, lamenta o artista.
O outro lado
Em entrevista ao jornal Contexto, o secretário do Desenvolvimento Econômico de Anápolis, Anastácios Apostolos Dagios, afirma que todos os protocolos que estão sendo seguidos, são devido às ordens superiores do Ministério Público Federal. “A prefeitura está acompanhando o protocolo, não é o prefeito. Nós não podemos descumprir essas normas”, explica.
De acordo com o secretário, a situação em Anápolis está se complicando cada dia mais e a redução no índice de isolamento é preocupante. “Até ontem, o índice de isolamento estava em 33%, temos que chegar pelo menos até os 55%. Anápolis não tem a quantidade de UTIs para toda essa demanda. Vamos ter pessoas morrendo dentro das ambulâncias”, relata Anastácios.
Ainda segundo informações da Secretaria do Desenvolvimento Econômico de Anápolis, a esperança é de que a volta das atividades em bares e restaurantes ocorram entre 15 e 20 dias.
Decreto
O novo decreto do prefeito Roberto Naves (PP), foi publicado no início da tarde desta sexta-feira (03). Nele, o Gestor Municipal alterou os protocolos da matriz de risco para o nível moderado. As medidas promovem o que o documento chama de “isolamento social intermediário”.
De acordo com o decreto, o comércio em geral poderá operar em um novo horário de funcionamento. Entretanto, bares, restaurantes, assim como áreas verdes (praças e parques) e ambientes públicos de lazer (quadras esportivas e pistas de corrida), não poderão exercer as atividades enquanto a cidade estiver sob esse regime.