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Dulce e Anapolino

de Manoel Vanderic
30 de setembro de 2016
em Entretenimento
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Sábado 10 de julho de 2010. Dia em que Dulce de Faria ficou sabendo da morte de Anapolino de Faria. Ele falecera no dia 19 de dezembro de 2009, poupado pelo AVC, sem ver a esposa padecendo do Mal de Alzaimen, enquanto ela foi ao encontro do marido sem ter tomar conhecimento de sua viuvez. Inconscientes no sofrimento, nos últimos capítulos desta novela da vida real, viveram um romance de 60 anos que venceu a doença e a morte.

´Vou me casar com aquela menina´
A união de Anapolino Silvério de Faria e Dulce Pereira de Faria, narrado no livro ´MEMÓRIAS ANAPOLINO DE FARIA´, da série ´Memórias de Anápolis – Projeto Resgate Cultural´ (2004) , de autoria de Manoel Vanderic Filho, exemplifica todo o simbolismo das estórias românticas. Os 60 anos de matrimônio revelaram os segredos da boa convivência e as etapas materiais e sentimentais da vida. Freqüentando o curso preparatório para a faculdade de medicina, no Rio de Janeiro, em 1942, Anapolino residia na Rua Cândido Mendes, próxima à praça da Glória, que também aglutinava a Rua do Catete e a Rua Santo Amaro, onde Dulce foi criada. Neste cenário, o jovem goiano cedeu aos encantos da carioquinha de 12 anos, já conhecida como a ´musa do bairro´. Eram simples olhares, pois ainda não haviam sido apresentados. Anapolino esperava o horário que Dulce saía da escola para admirá-la. Dizia aos amigos: ´Vou me casar com aquela menina´.

Namoro e noivado à moda antiga
Após reuniões da vizinhança, festas comemorativas e encontros casuais, começaram a namorar. Os costumes eram outros e a relação consistia em uma amizade consolidada num plano de união. Neste momento, Anapolino já se encontrava no segundo ano do curso de Medicina. Porém, era rotineiro seu convívio com a namorada.
Filha de imigrantes portugueses, Seu Salvador e Dona Maria Pereira, Dulce teve uma rígida criação. Depois de dois anos de namoro, Anapolino já conhecia toda a família da moça, com exceção do futuro sogro. Certa feita, foi informado de que o respeitado português gostaria de ter com ele uma conversa. Recebido cordialmente, Anapolino confirmou que apesar da diferença de idade, Dulce possuía 14 anos e ele 22, eram verdadeiras suas intenções, já prenunciando o casamento. A aprovação corroborou a relação e todos passaram a conhecer o nobre sentimento dos jovens. Sempre eram acompanhados por um dos irmãos de Dulce: Dodô, Lourdes, Zeca ou Verinha. Já traçavam planos futurosos. A vida pessoal de Anapolino começava a contrapesar-se com suas metas profissionais.
Como combinado entre as famílias, o noivado consignou-se na catedral da Candelária, instantes antes da missa de formatura de Anapolino. Diplomado, Anapolino ainda permaneceu no Rio por um ano, especializando-se. Mantendo vivo o plano de retornar à Anápolis para edificar seus sonhos, acertou com a noiva os projetos de consolidação profissional para posteriormente se casarem.
Dulce nasceu em outubro de 1929. Criada no Rio de Janeiro, tinha acesso a todos os confortos que a capital nacional oferecia e a estabilidade financeira da família proporcionava. Ciente do choque cultural que o casamento e a mudança para o interior goiano representaria para a noiva, Anapolino a convidou para conhecer Anápolis, uma típica vila rural, com cerca de 20 mil habitantes. Acompanhada da irmã e de Anapolino, a carioca chegou na cidade. Hospedou-se na casa dos futuros sogros, Seu Chico e Dona Sandita, conquistando toda família através de sua meiguice e polidez. A beleza e o sotaque atraíram a atenção da comunidade. Durante 15 dias na região, vivenciou experiências que tantos anos de urbanidade privaram. A jovem mostrou-se receptiva e aprovou o lugar onde iria edificar sua família.

Casamento no Rio de Janeiro
Anapolino era o terceiro filho de Anápolis a concluir o curso de medicina. Alcançada a estabilidade almejada, com uma clientela já materializada na sua cidade e o início da construção da Clínica Dom Bosco, Anapolino tornou ao Rio para cumprir as promessas feitas à Dulce. O casamento realizou-se no dia 30 de maio de 1949, na igreja Sagrado Coração de Jesus, na rua Benjamim Constant, no bairro da Glória. ´Uma cerimônia emocionante´, confessou Anapolino, ao lembrar, 55 anos depois, em seu relato a Vanderic Filho, os detalhes do vestido branco usado pela noiva.
Em Anápolis, estabeleceram-se na casa da família Faria, iniciando a vida conjugal sob a bendição de Dona Sandita. Dulce amoldou-se ao novo contexto, sendo estímulo fundamental para o trabalho do esposo. Destacou-se na cidade, ressaltando a atividade política de Anapolino. Participou da edificação do médico e estadista. Formada no curso de Comércio e Contabilidade do Educandário Rui Barbosa, adotou o humanitarismo do marido, canalizando sua atenção, paralelamente à dedicação familiar, a projetos sociais. Caracterizou-se pela atuante preocupação assistencial e elegância, sempre figurando na lista das mulheres mais elegantes de Goiás e do Distrito Federal.

Criadora da Sociedade Dom Bosco
Dona Dulce de Faria viveu intensamente a carreira do marido e dedicou-se por inteiro à família, mas reservou espaço para um brilhante trabalho social, enquanto primeira dama de Anápolis. Criou o Projeto Dom Bosco, mais tarde transformado em Sociedade Dom Bosco, um dos maiores programas assistenciais do estado em todos os tempos.

Novela da vida real
´O amor e a cumplicidade continuam os mesmos´, descreveu Dona Dulce ao jovem escritor Vanderic Filho, em 2004, na presença dos filhos, Maurice, Claude, Suzana, Simone e Renata, e dos netos, depois de décadas de namoro. ´Minha namorada´, era assim que Anapolino chamava Dulce, enquanto teve lucidez. Ele falecera no dia 19 de dezembro de 2009, poupado pelo AVC, sem ver a esposa padecendo do Mal de Alzaimen, enquanto ela foi ao encontro do marido sem ter tomar conhecimento de sua viuvez. Inconscientes no sofrimento, nos últimos capítulos desta novela da vida real, viveram um romance de 60 anos que venceu a doença e a morte. No velório da mãe, o primogênito Maurice comentava: ´hoje minha mãe ficou sabendo da morte de meu pai´.
Na era do romantismo em baixa, a história de Dulce de Faria revela páginas do mais puro sentimento, resumindo entregas e renúncias, conquistas e perdas, amor e amizade, sociedade e família, medicina e política, assistencialismo e solidariedade.

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