Debate realizado na ACIA colocou situações divergentes em propostas de federalização, municipalização e terceirização/privatização
Na noite da última quarta-feira, a Associação Comercial e Industrial de Anápolis (ACIA), promoveu um painel empresarial em que o tema tratado foi: “Os desafios Aeroportuários da Logística ao Setor Produtivo”.
O evento mediado pelo presidente da entidade, Luiz Cláudio Ledra, contou com as participações do deputado federal Rubens Otoni e do CEO da Planar Aviação e Presidente da Associação dos Operadores do Aeroporto de Anápolis, Sérgio Borges.
O foco do evento foi sobre a estrutura aeroportuária de Anápolis, que compreende o Aeroporto Civil JK e o Aeroporto de Cargas, este um elefante branco- até o momento- resultado de um projeto que não decolou e sabe lá se irá decolar.
Pelo menos, já se passaram quase 13 anos desde a assinatura da ordem de serviço e o início da obra, no dia 7 de julho de 2010.
Mais problemas
Na reunião da ACIA, a proposta seria buscar uma solução ao problema. Contudo, o que já era complicado, parece estar se complicando ainda mais.
Durante o debate, os representantes da Associação dos Operadores do Aeroporto Civil de Anápolis, este já em funcionamento há várias décadas e tendo, lá dentro, uma escola de aviação, um polo de manutenção de aeronaves, uma escola de paraquedismo e vários operadores.
Durante a sua participação, Sérgio Borges fez um alerta: “não pode matar um aeroporto por causa de outro”.
Federalização
Ele se referiu ao fato de que, hoje, tanto o Aeroporto Civil quanto o Aeroporto de Cargas, estão sob a tutela do Estado. E há tratativas sendo construídas dentro do próprio governo estadual, para a federalização. Proposta, inclusive, que foi colocada na reunião pelo deputado federal Rubens Otoni.
Havendo a federalização, os aeroportos passariam à Infraero. No caso do Aeroporto de Cargas, o órgão do Governo federal teria de fazer os investimentos para colocá-lo em operação.
Segundo foi dito no encontro, já foram feitos cálculos que estimam um investimento de cerca de R$ 400 milhões, além dos mais de R$ 300 milhões que já foram gastos.
E o Aeroporto Civil, com a sua gestão pela Infraero, traria um ônus pesado que os empresários ali instalados não devem suportar, conforme o alerta dado pela Associação dos Operadores.
Municipalização
A entidade defende que o Aeroporto Civil seja municipalizado e seja feito um convênio com a Associação para a sua gestão.
E o Aeroporto de Cargas, poderia ser federalizado.
Mas, a dúvida é se haverá interesse, porque, conforme os representantes da Associação, pode não haver viabilidade econômica para justificar o investimento, tendo em vista a proximidade dos aeroportos de Goiânia e de Brasília.
Em meio a tudo isso, há também interesse dos Correios para que o Aeroporto de Cargas se viabilize, pois a empresa está implantando no Município um Centro Internacional de Negócios, que vai gerar muita movimentação de cargas aéreas, com aviões de grande porte.
Barba de molho
O subsecretário de Indústria e Comércio (SIC-GO), Leandro Ribeiro, informou, no debate, que há um grupo privado que tem interesse em fazer no Aeroporto de Cargas, um investimento na casa de R$ 70 a R$ 80 milhões para dar operacionalidade ao aeródromo.
Resumo da ópera: a novela do Aeroporto de Cargas continua.
E o Aeroporto Civil está com a “barba de molho”.
Vale repetir as palavras do presidente da Associação: “Não pode matar um aeroporto para criar outro”.
E, agora? Agora é aguardar novos desdobramentos e torcer para que dê certo a federalização, a municipalização, a terceirização ou seja lá que caminho for tomado para que o problema seja solucionado de forma definitiva e Anápolis possa contar, efetivamente, com um sistema aeroportuário que atenda a todos.