Dados apontam crescimento do número de infectados em cidades do interior. Período de Isolamento pode ser definido para 10 dias
Da Redação
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), quer que prefeitos das cidades goianas apoiem o fechamento de atividades não essenciais para conter o avanço da Covid-19 no estado. Durante um evento em Anápolis na manhã desta quinta-feira (25), ele disse que espera a colaboração dos gestores municipais para continuar no combate à pandemia.
“Se não diminuirmos o fluxo de pessoas, a estrutura hospitalar não será suficiente. Precisamos de um hiato a mais, um período para a gente aumentar o isolamento social para daqui 10 dias voltar, daqui um mês voltarmos de novo até a gente atravessar equilibrando o número de casos com a nossa capacidade de atendimento”, afirmou.
Em 24 horas, 32 mortes
O governador faz este discurso um dia após número de mortos pela Covid-19 em Goiás aumentar em 32 em apenas 24 horas. O balanço da Secretaria de Estado da Saúde (SES) fechado na tarde de quarta-feira (24) apontava 18,9 mil infectados no total. Em Goiânia, o balanço apontava mais de 5,8 mil casos confirmados na mesma data, um dia após a reabertura do comércio por decreto da prefeitura.
Caiado afirmou que foi o fechamento inicial de atividades não essenciais e o comprometimento real com o isolamento social que permitiram a Goiás chegar nos dias de hoje em situação menos grave do que outros estados. Com base nisso, o governador quer saber quem apoiará novas medidas na tentativa de frear o avanço da contaminação.
“Nós fomos o estado que bloqueou e fez a quarentena na hora certa. Salvamos milhares de vidas. Reestruturamos a saúde no estado de Goiás. Estou convocando uma reunião para segunda-feira com todos os prefeitos, presidentes de poderes para saber quem realmente ter responsabilidade de auxiliar a diminuir o fluxo de contaminação ou simplesmente lavar as mãos e deixar acontecer”, afirmou.
Coletiva
Logo depois do evento, o prefeito Roberto Naves convocou entrevista coletiva no miniauditório do Centro Administrativo às 16h. Ele adiantou que o assunto seria a situação de Anápolis em relação à Covid-19 e o grau de risco do município. Desde o início da semana, técnicos da secretaria municipal de Saúde levantam dados e fazem projeções a pedido dele, para orientar na decisão sobe a alteração ou manutenção da matriz de risco.
Embora o aumento local do número de casos não seja expressivo, o prefeito estaria preocupado com o avanço da doença em cidades do interior, como Rio Verde e Aparecida, que optaram, assim como a capital Goiânia, pela manutenção das atividades econômicas, experimentando, em seguida, rápida subida nas estatísticas de mortos e contaminados.
A situação tem sido observada em todo o território nacional. Enquanto o número de casos e mortes nas capitais estão se estabilizando, prefeituras começam a enfrentar uma majoração preocupante. Em Anápolis, o último decreto previa ações específicas para cada situação, da mais tranquila até a mais crítica, provocando o progressivo isolamento através da desativação coordenada de determinadas atividades.
Desde a edição do decreto, houve flexibilização em praticamente todos os setores da indústria e do comércio, respeitando-se normas de sanitização e distanciamento, assim como a obrigatoriedade do uso de máscaras. Entretanto, o prefeito jamais descartou a possibilidade de retomar o isolamento caso a matriz de risco fosse alterada.
A princípio, a matriz de risco mudaria de acordo com a taxa de ocupação de leitos de UTI exclusivos para pacientes da Covid-19. Resumidamente, uma taxa de até 25% de leitos ocupados indicaria uma matriz leve, passando a intermediária entre 26% e 74%, sendo elevada à crítica na situação das ocupações ultrapassarem 75%. Mas, um novo decreto pode determinar o fechamento do comércio como forma de prevenir o fenômeno da interiorização da pandemia.
Com informações do site G1 e da assessoria de comunicação da prefeitura de Anápolis