Pela primeira vez, IBGE apresenta pesquisa sobre orientação sexual. Base de dados é de 2019
Em 2019, dos 5,2 milhões de pessoas com 18 anos ou mais de idade residentes em Goiás, 5,0 milhões (95,7%) se autodeclararam heterossexuais; 61 mil pessoas (1,2%) se declararam Lésbicas, Gays ou Bissexuais; e 160 mil pessoas (3,1%) se recusaram a responder ou responderam que não sabiam.
Na comparação proporcional com Brasil, não houve diferenças significativas do ponto de vista estatístico das pessoas heterossexuais (94,8%), das pessoas que se recusaram a responder ou que não sabiam responder (3,4%) e das pessoas que se declararam Lésbicas, Gays ou Bissexuais (1,8%).
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Na comparação com Goiânia, também não é possível observar diferenças significativas, tanto de pessoas que se autodeclararam heterossexuais (96,2%), quanto de pessoas que se autodeclararam Lésbicas, Gays ou Bissexuais (1,8%).
Uma redução comparativa se deu no campo das pessoas que se recusaram a responder ou responderam que não sabiam (2,0%), porém está no mesmo patamar dos resultados de Goiás, dado o intervalo de confiança da amostra.
Sobre a pesquisa
A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) – Quesito Orientação Sexual, realizada em 2019, traça um retrato da população que se autoidentifica como heterossexual, homossexual ou bissexual, com recortes por sexo, cor ou raça, faixa de idade, nível de instrução, renda, local de moradia (urbano ou rural) e dados para grandes regiões, unidades da Federação e capitais.
É a primeira vez que o IBGE investiga essa característica da população em suas pesquisas domiciliares. As informações serão divulgadas em caráter experimental.
Até o momento, a estatística disponível sobre essa temática no Instituto é a de casais do mesmo sexo.
As estatísticas experimentais ainda estão sob avaliação, ou seja, não atingiram um grau completo de maturidade em termos de harmonização, cobertura ou metodologia, e resultam de uma nova operação estatística (pesquisa, sistema síntese, classificação ou outro tipo) ou de novos indicadores em operações já existentes.
Podem ainda ser resultado de testes de novos métodos, de avaliações de diferentes formas de obtenção de dados ou de mensuração de fenômenos, associados a operações novas ou já existentes. Quando a metodologia proposta para a produção de novas estatísticas necessita ser debatida com usuários antes de sua aplicação em uma operação estatística e antes da geração de resultados completos, ela pode ser apresentada como um estudo experimental.
A presente divulgação da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) trata especificamente do quesito autodeclaração da orientação sexual. Antes de qualquer análise dos dados, são importantes algumas considerações: o fato de uma pessoa se autoidentificar como heterossexual não impede que ela tenha atração por, ou relação sexual com, alguém do mesmo sexo; apesar de recomendado, nem sempre foi possível garantir o autopreenchimento e a privacidade no momento da entrevista; houve maior percentual de respostas “não sabe” e “recusou-se a responder” entre aqueles com menores níveis de instrução e dificuldade em campo com termos como “heterossexual” e “homossexual”; e por ser uma informação sensível e de cunho pessoal, além de gerar desconfiança em relação ao uso do dado e receio do estigma e discriminação, conforme apontado por relatórios internacionais, está sujeita a subnotificação. (Informações da Supervisão de Documentação e Disseminação de Informações- IBGE/GO)