Carta cobra apoio federal diante do sucateamento da universidade goiana e alerta para riscos de privatização
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa nesta quinta-feira (17) do 60º Congresso da UNE, em Goiânia. A presença do chefe do Executivo federal e do ministro da Educação, Camilo Santana (PT), abriu uma oportunidade para os estudantes da Universidade Estadual de Goiás (UEG). Representantes do Diretório Acadêmico (DA-UEG) querem entregar em mãos uma carta com reivindicações ao governo federal.
Críticas
Mesmo sendo gerida pelo Estado, a UEG vive um cenário de abandono, segundo os estudantes. O DA-UEG quer chamar atenção para o que considera descaso da gestão de Ronaldo Caiado (UB) com a universidade. O documento denuncia precarização estrutural e acadêmica, e exige reformas urgentes nas salas de aula, modernização dos laboratórios, ampliação das bolsas estudantis e o retorno da autonomia financeira e administrativa — suspensa desde que a universidade perdeu a reserva de 2% no orçamento estadual.
Déficit de servidores
O Diretório também destaca a situação dos servidores técnico-administrativos. A categoria deflagrou greve para cobrar a implementação de um Plano de Cargos e Remuneração (PCR), que regulamente salários, benefícios e progressões. Segundo a Astueg (Associação dos Servidores Técnico-Administrativos da UEG), a universidade precisa de cerca de 1.500 técnicos para funcionar de forma adequada. No entanto, apenas 500 atuam atualmente. Isso significa que cada servidor atende, em média, 33 alunos, enquanto a média nacional é de 11 por técnico.
Papel estratégico
Com aproximadamente 20 mil estudantes, distribuídos em 8 campi e 33 unidades, a UEG é a única instituição de ensino superior presente em todas as regiões do estado. A universidade oferece cursos como Medicina, Agronomia, Ciências da Computação, Veterinária, Direito e áreas tecnológicas. Além disso, forma a maioria dos professores da educação básica em Goiás, com licenciaturas em Química, Matemática, Letras, História, Biologia, Educação Física, entre outras.
Os estudantes demonstram preocupação com a possibilidade de privatização da universidade. Eles temem que Caiado siga o exemplo do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que está prestes a privatizar a UEMG (Universidade Estadual de Minas Gerais). Em nota, o DA-UEG afirmou: “O sucateamento da UEG leva a crer que esta pode ser uma política a ser seguida pelo governo de Goiás, pois sucatear para privatizar tem sido uma prática de governos de linha ultra-liberal.”
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