Em um quadro social atual desfavorável, as mulheres – em sua maioria – têm buscado cada vez mais o seu espaço na sociedade. Por todos os lugares, é possível visualizar as lutas constantes por espaço e respeito, em contextos de desigualdade e violência, a passos lentos, desde o surgimento do movimento feminista, principalmente. Palavras como “empoderamento” e “girl power”, circulam nas redes sociais como uma espécie de grito de guerra que representam e aumentam, sem dúvida alguma, a voz de quem realmente tem “feito por onde” para ter o seu lugar. E a educação tem sido palco disso!
Em informações publicadas hoje, 4 de junho, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais “Anísio Teixeira” (INEP), consta que 59,5% das pouco mais de 5 milhões de inscrições para o Enem 2019, foram feitas por mulheres. A proporção é pouco superior ao ano de 2018, onde elas representaram 59,1% das inscrições.
Outra estatística que afirma o empenho do público feminino é que, também em 2018, das 55 redações que foram com nota máxima no Exame, 42 delas foram escritas por mulheres (com a média de idade de 18,9 anos). O número equivale a 76,4% e tende a subir ainda mais este ano.
O Enem é considerado, por muitos jovens, como um divisor de águas no âmbito profissional e, com o mercado de trabalho cada vez mais concorrido, os que se sobressaem na nota do exame do ensino médio, tendem a sair na frente dos demais. E, com as mulheres cada vez mais presentes no mercado de trabalho, a esperança é que a desigualdade diminua.
Desigualdade
Em 2018, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rendimento médio das mulheres ocupadas, com idade entre 25 e 49 anos, era de R$ 2.050. O que equivalia a 79,5% do recebido pelos homens (R$ 2.579) nesse mesmo grupo etário. Considerando-se a cor ou raça, a proporção de rendimento médio da mulher branca ocupada em relação ao do homem branco ocupado (76,2%) era menor que essa razão entre mulher e homem de cor preta ou parda (80,1%).
Ainda no grupo etário dos 25 aos 49 anos, o valor médio da hora trabalhada pelas mulheres era de R$ 13,00, ou 91,5% da hora trabalhada pelos homens (R$14,20). Se não considerarmos o tempo dedicado a afazeres domésticos e cuidados de pessoas, as mulheres trabalhavam, em média, 4,8 horas semanais a menos do que os homens.
Considerando as ocupações selecionadas, a participação das mulheres era maior entre os Trabalhadores dos serviços domésticos em geral (95,0%); Professores do Ensino fundamental (84,0%); Trabalhadores de limpeza de interior de edifícios, escritórios, hotéis e outros estabelecimentos (74,9%) e dos Trabalhadores de centrais de atendimento (72,2%). No grupo de Diretores e gerentes, as mulheres tinham participação de 41,8% e seu rendimento médio era de R$ 4.435, o que correspondia a 71,3% do recebido pelos homens (R$ 6.216). Já entre os Profissionais das ciências e intelectuais, as mulheres tinham participação majoritária (63,0%), mas recebiam 64,8% do rendimento dos homens.
Fontes: Portais do INEP e do IBGE