A clínica atualmente abriga 34 internos, provenientes de Anápolis, Alexânia, Goiânia e Aparecida de Goiânia, com idade entre 18 e 59 anos
Por Orisvaldo Pires
A aposentadoria do policial José Carlos Evangelista, 63, ocorrida no ano de 2019, depois de 29 anos de serviços prestados à Polícia Civil, propiciou o início de um importante projeto de assistência social voltada ao amparo e recuperação de pessoas com dependência química.
“Tinha este desejo há muito tempo. Agora que tenho tempo disponível, motivado por meu filho, assumi o desafio de viabilizar esta entidade para assistir àqueles que buscam se livrar dos entorpecentes e do álcool”, conta o policial aposentado e presidente da entidade que coordena as ações.
O local
A Associação Goiana Ana Alves da Costa, conhecida como Clínica de Reabilitação Bem Estar, está situada à Rua Pernambuco, no Jardim da Promissão. A área de 3.200 m² que ocupa, na verdade, é uma chácara de propriedade de José Carlos Evangelista, cedida para abrigar a clínica. São 400 m² de construção, onde funcionam 40 alojamentos.
O espaço conta também com área de convivência comum, salas de jogos, musculação e TV, campo de futebol, piscina, cozinha, refeitório, sanitários, salas de gerência e de terapia. Uma nova ala está em construção. No início do projeto José Carlos teve apoio do psicólogo Marcelo Moreira de Souza, primeiro presidente da entidade.
A clínica atualmente abriga 34 internos, provenientes de Anápolis, Alexânia, Goiânia e Aparecida de Goiânia, com idade entre 18 e 59 anos. Tem capacidade para quarenta. A manutenção é feita com parte da aposentadoria de José Carlos, apoio de alguns de seus familiares.
Apoio voluntário
O apoio voluntário vem também da comunidade local, do Instituto Casa da Sopa, igrejas católica e evangélica, a padaria do bairro, o Banco de Alimentos do município, o vereador Américo Ferreira, além de outras pessoas da comunidade que, de forma individual, colaboram com o projeto.
Os internos recebem apoio de equipe multidisciplinar formada por médico, psicólogo, terapeuta e técnico de enfermagem, além de cozinheiros e coordenadores. Contam com quatro refeições – café da manhã, almoço, café da tarde e jantar.
Recuperados
José Carlos Evangelista informa que, desde o início das atividades da clínica, em dezembro de 2019, seis pessoas foram recuperadas e retornaram ao convívio da sociedade. Alguns não conseguiram, “recebemos alguns recaídos”. O custo mensal de manutenção da clínica fica de R$ 16 mil a R$ 18 mil. A Clínica de Reabilitação Bem Estar busca agora ser reconhecida como de Utilidade Pública, entidade filantrópica sem fins lucrativos. É um processo burocrático, que passa pela aprovação no Poder Legislativo. José Carlos Evangelista explica que este reconhecimento pode ajudar a entidade nas busca de mais apoio e na inserção em programas que destinam recursos públicos. “Esse título de Utilidade Pública é de fundamental importância para que este trabalho de amparo social continue”, conclui Evangelista.