O episódio do pai que invadiu uma escola recentemente em Brasília para agredir um professor que advertiu sua filha pelo uso indevido do celular não é isolado, tampouco o mais grave. Ele reflete uma crescente intolerância que se espalha por diversos ambientes sociais. Casos semelhantes têm se multiplicado: brigas entre pais, agressões entre alunos e professores, e até incentivos à violência por parte de colegas, transformando escolas em palcos de espetáculos grotescos.
Por Vander Lúcio Barbosa
A escola, espaço destinado ao aprendizado e à convivência pacífica, tem sido invadida por manifestações de ódio e discórdia. Tragédias como a morte de um adolescente após uma briga em uma escola do Vivian Park no ano passado em Anápolis ou atentados em instituições de ensino pelo mundo revelam um cenário alarmante. A violência estrutural, conceito que engloba essas ocorrências, cresce de forma preocupante, revelando um empobrecimento da alma coletiva.
A intolerância ultrapassa os muros escolares e se manifesta em estádios, redes sociais, ambientes religiosos e políticos. O que antes causava indignação, hoje parece banal. O sofrimento alheio já não desperta compaixão; em alguns casos, é visto como algo merecido. A sociedade parece anestesiada diante da brutalidade cotidiana.
A pergunta que ecoa é: o que dá ao indivíduo o direito de ofender, agredir e destruir o outro? A resposta talvez esteja na transformação da agressividade em violência, fruto de uma convivência cada vez mais tensa e desigual. Há quem veja nisso um reflexo do avanço democrático, onde a igualdade provoca reações extremas. Outros apontam para uma falência emocional, onde os nervos à flor da pele substituem o diálogo e a empatia.
Nunca antes se viu tantos episódios que chocam e constrangem. A raiva, o julgamento precipitado e a estupidez têm se tornado comuns. A violência social atingiu níveis tão altos que a destruição do outro passou a ser desejada. É o último estágio da barbárie, onde o ser humano perde sua humanidade.
Diante disso, é urgente repensar valores, restaurar o respeito e reconstruir a convivência. A escola precisa voltar a ser um lugar de paz. E a sociedade, um espaço de acolhimento. Porque, no fim, a violência não educa. Só destrói.
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