Todos os povos possuem ditados e provérbios que são peculiares às suas culturas. Um dos mais conhecidos entre os povos de língua inglesa é o seguinte: “Pick your fights!”. É uma expressão que significa, literalmente: “Escolha as suas brigas!” O que eles querem dizer com isso?
Muitas vezes entramos em brigas que não valem a pena. Isto acontece muito em nível pessoal. Nessas horas é salutar fazer questionamentos do tipo: “Será que vale a pena brigar por isto? Isto é realmente relevante? Isto deveria ocupar meu tempo? Eu realmente preciso dispender energia, tempo e esforço nesta disputa?” Acontece também em nível relacional. Por exemplo:
marido e mulher são rápidos em transformar pequenas disputas em grandes conflitos. Não seria mais prudente ignorar tais diferenças e caminhar sem ter que brigar tanto?
Algumas pessoas são o tipo icônico do “Zangado”, personagem do clássico Branca de Neve e os Sete Anões. Tratam tudo sob a ótica da bronca, estão sempre mal humoradas, prontas para a desavença e as brigas. Certo homem, ao se mudar para o interior, foi alertado sobre um conhecido briguento. Ele o evitava a todo custo, mas um dia, ao passar perto dele, o briguento pisou em seu pé. O novo morador nada disse. Vendo seu silêncio, o briguento o interpelou dizendo: “Pisei no seu pé!” Mais uma vez, para evitar briga, ele respondeu: “Não pisou não!” Neste momento o valentão voou pra cima do novato gritando: “Está me chamando de mentiroso?”
Quantas vezes nos envolvemos em brigas inúteis e desnecessárias? Brigamos por causa de um louco que faz uma ultrapassagem agressiva e com o garçom que não trouxe a comida que temos em mente. Também explodimos de fúria contra um balconista ou telefonista incapazes de resolver determinada situação porque a operação não está autorizada. Brigamos e esbravejamos. E necessário? Não há outros canais em que podemos solucionar melhor o dilema sem ter de nos envolver em grandes desavenças?
Em geral, nossa ira está muito voltada para situações nas quais nossa reputação está em xeque, mas não ficamos irados diante da injustiça contra o pobre, contra a opressão ou mesmo contra o mal. Nossa ira é sentimental e tem pouco a ver com a luta por direito e justiça. Jesus explodiu em uma única situação, contra os vendedores do templo e o que estava em jogo era a glória de Deus. “Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai casa de negócio.”
Escolha as suas brigas e evite causas pequenas e desnecessárias. Não é interessante brigar todo o tempo com todo mundo, mas é certo que há razões pelas quais devemos lutar, há bandeiras que valem ser levantadas. Em todo o tempo, aprenda a olhar com simpatia e misericórdia até mesmo pessoas que não achamos tão simpáticas e misericordiosas – isso ajuda a evitar embates tolos. Brigue bem por algo que valha a pena, mas não se esqueça: não compensa meter a mão em caixa de abelhas. Ou seja: escolha bem as suas brigas.