Aberta em 3 de março último, a chamada janela partidária vai se fechar no dia 1º de abril. É uma fase de definição importante dentro do calendário eleitoral desse ano e, mesmo independente de precisar da janela, políticos se movimentam porque o jogo começa pra valer.
Nos próximos dias, como se costuma dizer no jargão político, “o caldeirão vai ferver”. É que, no dia 1º de abril próximo, encerra-se o prazo previsto na legislação eleitoral para que deputados estaduais, federais e distritais possam mudar de partido sem correr o risco de ficar sem o mandato.
É a chamada “janela partidária”, que foi aberta no dia 3 de março último.
Agora, já prestes a se fechar, o período para as acomodações partidárias vai definir o futuro de muitos políticos que vão disputar cargos eleitos no pleito deste ano, marcado para o dia 2 de outubro.
AEE e Couto Magalhães recebem homenagem do Poder Legislativo
Vale ressaltar que todos os pretensos candidatos devem estar com a situação de domicílio eleitoral e de filiação definidos seis meses antes do dia da realização do pleito.
A regra é clara.

A chegada do prazo fatal da janela interfere (e muito) no processo político de definição de projetos dos partidos e dos candidatos, sobretudo.
Um caso emblemático em Goiás, por exemplo, é o caso do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, que busca concorrer à sucessão no Governo de Goiás. Ele está sem partido.
Em “namoro” com o Podemos, Mendanha tem buscado apoio do presidente Jair Bolsonaro para viabilizar seu projeto político.
Ocorre que o partido tem um nome já colocado como pré-candidato à sucessão presidencial, o do ex-juiz Sérgio Moro, adversário de Bolsonaro.
Essa semana, nos bastidores políticos em Goiás, correu a informação de que o Podemos, que havia saído da base do governador Ronaldo Caiado, que é virtual candidato à reeleição pelo União Brasil, pode retornar. O que deixaria Mendanha ainda mais distante do partido.
À espera de uma definição, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) já teria dito que se Mendanha for candidato ao governo, ele não disputa o cargo, pode disputar uma vaga na Câmara Federal ou no Senado. Se Mendanha não se viabilizar, aí ele poderia disputar a governadoria.
Outro caminho de Mendanha seria o PL, partido de Jair Bolsonaro.
Ocorre que o próprio presidente sinalizou que pode apoiar um aliado para a disputa, no caso, o deputado Vitor Hugo. O PL, que em Goiás é presidido por Flávio Canedo, esposo da deputada federal Magda Mofato, até aposta suas fichas em Mendanha.
Diante esse quadro, não dá para prever, portanto, ao menos por enquanto, como ficará a situação do prefeito de Aparecida de Goiânia.
Recentemente, o deputado estadual Coronel Adailton anunciou sua saída do PP para o PRTB. Agora, nos bastidores, corre a informação de que o também deputado por Anápolis, Amilton Filho, poderia trocar o SD pelo MDB.
O MDB está na base de Caiado e o seu presidente regional, Daniel Vilela, inclusive, já foi antecipadamente, no ano passado, apontado como o nome para ser vice na eventual chapa liderada pelo atual governador.

Amilton Filho é aliado do prefeito Roberto Naves (PP), que é, por sua vez, aliado e apoiador de Caiado.
Em Anápolis, entretanto, o MDB tem um grupo ligado ao empresário Márcio Correia, que foi candidato ao cargo de Prefeito Municipal, nas eleições passada e foi, portanto, adversário de Roberto Naves.
Assim senso, poderia ser criada uma zona de desconforto.
Mais mudanças
O cenário está aberto até o fechamento da janela. Nesta quinta-feira, 24, teve mais informações de bastidores.
Uma delas foi o convite feito pelo senador Luiz do Carmo ao vice-prefeito Márcio Cândido.
O senador pretende sair do MDB e migrar para o PSC, com vistas a tocar o projeto de candidatura à reeleição. E quer levar consigo Márcio Cândido, hoje no União Brasil, para a nova sigla e dar a ele condições de disputar uma vaga na Câmara Federal. Luiz do Carmo, inclusive, revelou ter feito uma conversa neste sentido com o governador Ronaldo Caiado, que é a principal liderança do União em Goiás.

O vereador Wederson Lopes, que é do PSC, havia recebido convite para disputar uma vaga na Câmara Federal. Mas, se Márcio Cândido for para o partido, não haveria espaço para as duas candidaturas.
Tem-se, ainda, que Wederson pode ocupar cargo na equipe do prefeito Roberto Naves.
Também, circulou a informação de que o presidente da Câmara Municipal, Leandro Ribeiro, pode deixar o PP e, até, desistir de ser candidato a deputado federal, para se candidatar a uma vaga na Assembleia Legislativa.
Porém, se deixar o Progressistas, o vereador corre risco de perder o mandato, já que o seu caso não se aplica à regra da janela partidária.
Mas, pode, também, ocorrer de haver uma negociação com a direção do partido, para que o mandato não seja “pedido”. Assim, ele poderia concorrer e preservaria o mandato.
Primeira-dama

E para completar a fervura do caldeirão, tem dado o que falar um encontro ocorrido em Goiânia, conforme noticiado pelo Jornal Opção, de lideranças políticas de várias regiões de Goiás, para o que seria um “ponta-pé” da pré-candidatura da primeira-dama de Anápolis, Vivian Naves, a uma vaga na Assembleia Legislativa.
No encontro, que segundo o jornal, foi articulado pelo ex-deputado federal e ex-secretário municipal de Finanças da Prefeitura de Anápolis, Marcos Abrão, o prefeito Roberto Naves não só esteve presente, como já declarou o apoio à iniciativa da esposa.
Vivian Naves ainda não tem filiação partidária definida.