Queremos acreditar que, agora, demandas que há tempos são negligenciadas finalmente sejam finalmente resolvidas. É hora de enfrentar alguns assuntos específicos, que até então eram jogados para debaixo do tapete. Agora o dedo foi definitivamente colocado na ferida.
A morte, por eletrocussão, do menino João Victor Gontijo Oliveira, de apenas 10 anos, em 19 de setembro, na Vila Jussara, evidenciou o descaso com que situações dessa natureza eram tratadas. O prenúncio de uma tragédia anunciada.
Algumas semanas antes, no dia 5 de agosto, um outro garoto, também de 10 anos, foi vítima de descarga elétrica, em um poste localizado no Parque Ipiranga, no Bairro Jundiaí. Graças a Deus foi socorrido em tempo e sobreviveu.
Na oportunidade, as autoridades informaram que providências seriam tomadas para evitar que algo parecido voltasse a ocorrer. Ironia do destino. Um mês e meio depois, o João Víctor morre ao encostar em um fio energizado. As responsabilidades são apuradas pela Polícia Civil.
A Prefeitura, logo após o ocorrido, determinou operações emergenciais para retirada da fiação inservível dos postes e aprovou na Câmara projeto de lei que regulamenta o uso de postes de energia na cidade, além de estabelecer punições para a concessionária e sublocatárias caso não cuidem da fiação. A Câmara Municipal criou uma Frente Parlamentar que passa a fiscalizar as atividades das empresas que exploram o serviço.
Outro assunto. A decisão da Prefeitura em fechar o Centro Pop – programa de apoio a pessoas em situação de rua – desencadeou uma série de questionamentos que nos levaram a perceber que as políticas sociais até então direcionadas a este público eram ineficazes.
O debate deixou explícito também um conflito sobre como a Prefeitura entende esta demanda, em relação ao que pensam o Ministério Público, a Justiça e o Tribunal de Contas dos Municípios, que se colocam contrários ao fechamento do Centro Pop. Agora que essa tratativa entrou na pauta, deve ir até a solução, que contemple todos os lados interessados.
Por fim, mas não menos importante, o sistema de transporte coletivo urbano, que oferece atualmente ônibus desgastados, linhas insuficientes para atender os usuários e um déficit no repasse de subsídios previstos no contrato.
No meio de tudo isso: uma pandemia, efeitos da instabilidade econômica do país e a drástica redução da quantidade de passageiros dos ônibus urbanos. Ou resolve agora, ou o sistema implode.
A hora de resolver esses três desafios chegou. A divergência de ideias que apontem a solução é natural. A sociedade tem o dever de acompanhar, colaborar e cobrar soluções às autoridades. Afinal, na outra ponta desse cabo-de-guerra estão vidas humanas, que precisam ser preservadas, resgatadas e tratadas com dignidade.
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