Por quantas mudanças o metabolismo passa durante a vida? Em qual fase ele se torna mais acelerado? E quando ele passa a perder a potência? Essas são dúvidas que um estudo na área busca solucionar, utilizando técnicas mais precisas medição dos gastos diários de energia durante uma rotina comum.
Foram analisadas mais de seis mil pessoas, em 29 países diferentes, na pesquisa, que também necessitou da colaboração de diferentes laboratórios por conta dos custos e dos tamanhos das amostras. Com as informações reunidas em um só banco de dados, uma alteração significativa no metabolismo foi detectada, em um momento da vida que poucos acreditavam.
Com base na junção dos dados e a análise dos gastos de energia ao longo da vida, os pesquisadores descobriram que o pico da função do metabolismo não acontece na adolescência e no início dos 20 anos de vida, mas sim quando ainda somos bebês. A necessidade de energia, segundo o estudo, dispara durante os primeiros meses de vida. Quando os bebês chegam ao primeiro ano de vida, queimam suas calorias 50% mais rápido do que um adulto.
Um dos motivos para isso acontecer é que os bebês, durante esse período, triplicam de peso. “É claro que eles estão crescendo, mas mesmo controlando isso, seus gastos de energia estão decolando muito mais que o esperado para o tamanho e composição corporal”, conta um dos autores da pesquisa, Herman Pontzer, professor da Universidade Duke, na Carolina do Norte. Algo acontece nas células de um bebê para que ele se torne mais ativo, algo que ainda será descoberto pela ciência.
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Depois do pico na infância, passamos por uma desaceleração de cerca de 3% até os 20 anos de idade. Na adolescência, ainda que seja um período de surtos de crescimento, os cientistas não observaram um aumento nas necessidades calóricas, mesmo considerando o tamanho e o volume do corpo.
Já na meia-idade, os pesquisadores descobriram que não há uma queda no metabolismo como se acreditava. Inclusive, os gastos de energia durante entre os 20 e 50 anos são os mais estáveis. Mesmo durante a gravidez as necessidades calóricas não se tornaram maiores ou menores do que o esperado. Os dados analisados pelo estudo dizem ainda que a desaceleração do metabolismo humano começa a acontecer somente na casa dos 60 anos, quando então passa a reduzir de forma gradual: apenas 0,7% ao ano. Uma pessoa com 90 anos ou mais precisa de 26% calorias a menos do que alguém na meia-idade.
Parte da queda, segundo o estudo, se deve à perda de massa muscular que acontece durante o envelhecimento, pois o músculo queima mais calorias do que gordura. Esses padrões se mantêm mesmo considerando diferentes níveis de esforço físico. “Tudo isso aponta para a conclusão de que o metabolismo do tecido, o trabalho que as células estão fazendo, está mudando ao longo da vida de formas em que não analisamos completamente antes. Você realmente precisa de um grande conjunto de dados como esse para responder a essas questões”, explica Pontzer.
(Com informações do Canal Tech)