Silvinei Vasques foi detido em Assunção ao tentar embarcar para El Salvador com documento falso
O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi preso na madrugada desta sexta-feira (26) no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, no Paraguai, ao tentar embarcar em voo com destino a El Salvador. A prisão foi confirmada pelo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues.
De acordo com a PF, Silvinei cumpria medidas cautelares na cidade de Santa Catarina, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. Ele rompeu o equipamento e deixou o Brasil sem autorização judicial. Assim que a fuga foi identificada, as autoridades brasileiras acionaram forças de segurança de países vizinhos, como Paraguai, Argentina e Colômbia, para auxiliar na localização do ex-dirigente.
Passaporte falso
Segundo o diretor da PF, Silvinei tentou embarcar usando um passaporte paraguaio original, mas emitido com identidade falsa. Ao apresentar o documento no aeroporto, ele foi abordado e preso pela polícia local, em operação realizada em cooperação com a Polícia Federal do Brasil.
Após a detenção, Silvinei foi identificado e colocado à disposição do Ministério Público do Paraguai. Ele deve passar por audiência de custódia ainda nesta sexta-feira (26) e, posteriormente, será entregue às autoridades brasileiras para cumprimento das determinações judiciais.
Condenações recentes
Neste mês, Silvinei Vasques foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 24 anos e seis meses de prisão por participação na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo a decisão, ele integrou o chamado núcleo 2 da organização criminosa e atuou no monitoramento de autoridades e na tentativa de dificultar o deslocamento e a votação de eleitores, principalmente na região Nordeste, por meio de operações da PRF durante o segundo turno.
Antes disso, Silvinei já havia sido condenado pela Justiça Federal do Rio de Janeiro pelo uso político da estrutura da PRF durante a campanha eleitoral de 2022. A ação do Ministério Público Federal apontou o uso indevido de símbolos, recursos e da visibilidade institucional da corporação para promover a candidatura do então presidente Jair Bolsonaro à reeleição. A decisão resultou em multa superior a R$ 500 mil, além de outras sanções cíveis.
Silvinei chegou a ser preso em 2023, mas obteve liberdade mediante medidas cautelares, entre elas a tornozeleira eletrônica, que foi rompida antes de sua fuga. Em dezembro de 2025, no mesmo dia em que o STF concluiu o julgamento da ação penal, ele pediu exoneração do cargo de secretário que ocupava em uma prefeitura de Santa Catarina.




