Presidente da Câmara Municipal falou ao CONTEXTO sobre as realizações da Casa, os problemas e os desafios para 2020
Que balanço o senhor faz deste ano legislativo de 2019?
Leandro Ribeiro – Foi um balanço positivo. Tivemos muito trabalho, muitos debates de projetos do Executivo e dos pares dessa Casa, alguns a favor, outros contra. Mas, afinal, quem saiu ganhando foi a população. Até porque, o pensamento aqui é único, ou seja, trabalhar pelo crescimento da nossa querida Anápolis.
O orçamento impositivo, o senhor considera que foi um avanço dessa legislatura?
Leandro Ribeiro – Isso foi uma conquista nossa e uma promessa de campanha minha, quando me candidatei à presidência da Câmara Municipal. Juntei os pares e fiz alguns compromissos com eles. Inicialmente, a efetivação do ponto eletrônico, que não tínhamos aqui. Até um âncora de uma emissora de rádio falou que mudaria o nome se eu conseguisse colocar este projeto em atividade. E a segunda questão era trabalhar, junto ao Poder Executivo, a emenda impositiva, que chegou ao valor de R$ 160 mil para cada emenda parlamentar. E, agora, na votação da LOA, a Lei Orçamentária Anual, todos os pares colocaram os seus projetos para execução na LOA. Ou seja, terá de ser cumprido pelo Executivo. Obviamente que se a obra extrapolar o valor ela terá que ser subsidiada com alguma outra emenda. Mas, é uma conquista do Legislativo junto ao Poder Executivo. E, quero fazer aqui uma ressalva: nunca na história de Anápolis, o Poder Executivo teve tanto diálogo com o Legislativo. Nós temos uma boa abertura com o Prefeito Roberto Naves. Nós entendemos que somos ouvidos, da mesma forma que nós ouvimos o Prefeito. E é essa harmonia que faz com que o trabalho dê certo.
Os vereadores reunidos este ano, decidiram por não fazer a utilização desse “esqueleto” do prédio que seria a nova sede da Câmara Municipal. O senhor também tentou fazer uma PPP (parceria público privada), mas não deu certo. Em que pé está hoje a situação?
Leandro Ribeiro – Na verdade, não é que nós nos reunimos e não aceitamos mais essa obra. A realidade é que essa obra foi “startada” de 2010 para 2011. Nós já estamos já iniciando 2020, e é uma obra que não cabe mais ao Poder Legislativo. Não pela quantidade de gabinetes ou pelo plenário subterrâneo com os defeitos de projeto. Mas, pela falta de estacionamento, pela falta de acessibilidade para a população. Entendo que a nossa cidade cresceu muito e precisa entrar numa rota de levar o desenvolvimento aos seus bairros mais distantes. No início, quando lançamos aqui aquela PPP tivemos, apenas, uma empresa habilitada a apresentar projeto e ela apresentou ali na região próxima ao Conjunto “Filostro Machado”, do Parque Brasília e vários outros bairros. Ali ficaria bom para atendermos à população. Acontece que o modelo, que nunca foi usado antes pelo Poder Legislativo, chamou a atenção de alguns agentes políticos aqui da Cidade e deu ciumeira. Para não estender essa discussão, o empresário que tinha se habilitado desistiu. Como não havia segundo colocado, o processo foi arquivado e, como o ano que vem é um ano eleitoral e não dá para montar um processo como esse, ou seja, licitar, homologar e a empresa construir, nós, então, decidimos deixar para a próxima legislatura. O próximo presidente que aqui estiver terá que fazer essa tomada de decisão, que é muito importante.
O senhor teve recentemente na Câmara Municipal, uma inspeção do Tribunal de Contas dos Municípios, o TCM. O que eles estão buscando?
Leandro Ribeiro – Foi uma visita positiva embora, obviamente, o motivo que os trouxe até aqui não fosse positivo. Foi uma denúncia a respeito de que nós temos excesso de funcionários comissionados. Cedi a minha sala para que eles fizessem o seu trabalho; coloquei dois diretores à disposição; toda a parte documental foi cedida. No final, eles pontuaram algumas recomendações e, com certeza, no relatório final virá, através do posicionamento deles, elogios à nossa administração. A inclusão do ponto eletrônico na nossa gestão, nunca vista antes; também elogiaram o projeto de lei que está por vir que é o que estabelece o Plano de Cargos e Salários para os servidores do Legislativo; o novo organograma da Câmara Municipal. Mas, com certeza, como a Câmara Municipal é muito antiga, certamente, virão recomendações e elas serão acatadas, mesmo porque nós estamos aqui para fazer o correto; fazer o lícito e o transparente.
Ano que vem haverá eleição e aqui na Câmara Municipal, a maioria dos vereadores deve se candidatar à reeleição. O senhor acha que isso pode trazer algum prejuízo para o andamento dos trabalhos?
Leandro Ribeiro – Acho que todo político que está num cargo e tem possibilidade de buscar a reeleição, deve ir à busca do seu objetivo. Afinal de contas, ele está aqui porque gosta. Hoje em dia, ser um político não é fácil no Brasil. Mas, a política do País está mudando muito, a população está cada vez mais de olho na postura dos políticos e isso vai melhorar muito no desenvolver da atividade política n ano que vem. Acho que vai ser uma eleição totalmente diferente, por vários motivos. Um deles, porque acabaram as coligações partidárias para as eleições legislativas. Nós sabemos que toda eleição é difícil e o cargo mais disputado em uma eleição é o de vereador. Mas, estamos, no momento, focados no nosso trabalho como presidente e gestor do Poder Legislativo.
O projeto para 2020, como o senhor já antecipou, está delineado: é buscar a reeleição. E para 2022?
Leandro Ribeiro – Eu não gosto de pular etapas. Gosto de ir no passo-a-passo. Eu, ainda, penso que tenho muito a aprender de gestão e de política. Preciso conhecer bairro a bairro da nossa Cidade. E, se eu tiver êxito em 2020, nós poderemos falar em 2022. Mas, até lá, não temos nenhum projeto futuro.
Saindo da política e da gestão da Câmara Municipal, qual é a expectativa do senhor em relação à Rubra, no Goianão de 2020?
Leandro Ribeiro – Preocupante. Tudo o que você faz de última hora traz prejuízo. E eu penso que a Anapolina pode passar por isso esse ano, porque não se preocuparam em montar uma equipe antes. A Anapolina o fizessem, porque a Anapolina é muito grande para estar nessa situação. Nós estivemos à frente da Anapolina por quase sete anos, deixei um Centro de Treinamento que foi um legado maravilhoso com quatro campos oficiais com irrigação automática, 16 apartamentos, quadra poliesportiva, quadra de areia, pista de caminhada, sala de prospecção, sala de academia, auditório, refeitório e a notícia que eu tenho é que não está sendo bem cuidado. Isso me deixa muito triste, muito chateado. Mas, nós estamos aqui para fazer o melhor e se precisarem do Leandro Ribeiro como pessoa, como torcedor, como vereador, eu estarei à disposição.