O presidente do Sistema Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg/Senar/Ifag), deputado federal José Mário Schereiner fez um balanço do setor no ano de 2021 e falou sobre as expectativas para o ano de 2022.
Um levantamento da entidade classificou 2021 como “um ano de restrições e resiliência”. Entretanto, a avaliação é que mesmo diante de um cenário de crescimento mais modesto da economia e alta na inflação, “o agro mostrou força”, destacou Zé Mário.
De acordo com o Sistema Faeg, a cada US$ 10 em vendas ao exterior por Goiás, US$ 7,8 são de produtos da cadeia do agro.
Além disso, dados do mercado internacional apontam que sem o agro, a balança comercial goiana seria negativa em UR$ -3.1 bilhões.
Além do ambiente econômico, as dificuldades climáticas em 2021 impediram que o estado registrasse mais uma safra recorde de grãos, mesmo com um crescimento de 1,6% da área plantada no ciclo 2020/2021.
Entre os desafios vivenciados em Goiás neste ano, o Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), aponta o longo período de estiagem durante a segunda safra, que levou a perdas na produção de milho, sorgo, girassol, trigo e cana-de-açúcar no estado.
Pecuária
Na pecuária, a produção goiana de carnes bovina, suína e de frango deverá fechar 2021 com um avanço de 2%, 5% e 18%, respectivamente.
De janeiro a outubro deste ano, as vendas externas de carne bovina, em toneladas, subiram 1,1% ante igual período de 2020, e as de frango, 2,5%.
Já a estimativa para a produção leiteira e de ovos é de recuo em 2021 (de 1,5% e 3,0%, respectivamente), resultado de um processo de aumento maior nos custos de produção das atividades pecuárias, do que nos preços recebidos pelo produtor.
Outro desafio foi a elevação dos custos de produção, ainda de acordo com o Ifag, em outubro de 2020 eram necessários 27,07 litros de leite para adquirir um saco de 60 quilos de milho, já em igual período de 2021, para a mesma aquisição, seriam necessários 33,19 litros, alta de 23% em um ano.
Esse incremento no custo operacional efetivo, no mesmo período em comparação, foi de 80,1% para pecuária de corte e de 42,3% para pecuária leiteira.
Soja
Por outro lado, destaca-se entre os avanços para o agronegócio em Goiás, o recorde na produção de soja, com a colheita de 13,1 milhões de toneladas na safra 2020/2021, e o Valor Bruto da Produção (VBP) goiana, que “ultrapassará os R$ 95 bilhões em 2021”. De janeiro a outubro de 2021, o agronegócio do estado gerou US$6,4 bilhões nas exportações, crescimento de 4,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Expectativas para 2022
O balanço apresentado pelo presidente da Faeg, Zé Mário, analisa o cenário que o setor deve encontrar no ano que vem, que na avaliação da entidade, será um ano de “reconstrução e cautela.
Alguns pontos foram destacados: – Recuperação econômica gradual, porém mais lenta; – Aumento da inflação no mundo; – Insumos em patamares elevados; – Novas Variantes Covid-19 e Consolidação da vacinação; – Tensões nas Cadeias de Abastecimento; – Eleições no Brasil.
Economia e Indicadores do agro
a. PIB do Brasil deverá fechar em 4,7% de crescimento em 2021 e crescer apenas 0,5% em 2022. Em Goiás deverá fechar com crescimento de 3,2% em 2021 e estima-se crescimento de 3,5% em 2022;
b. PIB do Agro brasileiro deverá crescer 1,8% em 2021 e 2,4% em 2022. Em Goiás queda de 1,0% em 2021 e crescimento de 3,0% em 2022;
c. Taxa Selic de 9,25% em 2021, deve se manter alta em 2022, 11,25%, na busca do controle da inflação que deverá sair de 10,1% em 2021 para 4,7% em 2022
d. Tendência de pequena recuperação dos empregos e do VPB no agro de Goiás, devido recuperação da produção agropecuária (VBP passando de 95 para 98 bilhões de 2021 para 2022.
Com informações do Sistema Faeg- https://sistemafaeg.com.br/