Os amantes da chamada sétima arte em Anápolis, tiveram a oportunidade de conhecer nomes que fizeram e fazem parte da história do cinema nacional, durante o lançamento oficial do I Festival de Cinema, que será realizado entre os dias 12 a 18 de abril próximo. Trata-se da mostra competitiva de longas-metragens brasileiros de ficção já premiados em circuitos nacionais e internacionais e a mostra competitiva de curtas-metragens, destinada à produção local.
Na última terça-feira, 22, esteve na Cidade ninguém menos do que a cineasta Tizuka Yamazaki, que produziu filmes como “Rio Babilônia”, “A Idade da Terra” de Glauber Rocha e Gaijin, que recebeu vários prêmios e uma menção especial do júri do Festival de Cannes, além, ainda, de produzir novelas, seriados e filmes infantis, como “Lua de Cristal” de Xuxa Meneghel. Também esteve presente o renomado crítico Rubens Ewald Filho (curador do festival), pioneiro da imprensa especializada, foi também comentarista de cinema da Rede Globo.
Durante o lançamento, foram rendidas homenagens ao cineasta Adhemar Gonzaga (in memorian), que fundou a Cinédia (uma das primeiras produtoras de cinema do País) e foi representado por sua filha Alice Gonzaga; à cineasta Tizuka Yamazaki e aos atores Luiz Carlos Vasconcelos e Ingra Liberato. Vasconcelos fez várias novelas, minisséries, peças de teatro e participou em produções cinematográficas como “Baile Perfumado” (interpretando Lampião), “Eu Tu Eles”, “Carandiru”, dentre outros. Ingra Liberato também fez novelas como “Pantanal” na extinta Rede Manchete e “O Clone” da Globo. Com os filmes “Valsa Para Bruno Stein”, de Paulo Nascimento, ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Gramado 2007.
Estiveram, ainda, presentes ao lançamento e na entrevista coletiva com a imprensa: Armando Falcão, cineasta e conselheiro do Ministério da Cultura; Mallú Moraes, produtora cinematográfica; Liane Muhlennberg, captadora; Débora Torres, idealizadora e produtora executiva do festival; Armando Bulcão, produtor e acadêmico; Tânia Montoro, cineasta; Zeneide Lucena, artista plástica e representante da Associação Cultural e Artística de Anápolis. O Poder Executivo foi representado pelo vice-prefeito João Gomes e pelo secretário municipal de Cultura, Augusto César de Almeida.
Interiorização do cinema é objetivo do evento
O I Festival Anápolis de Cinema tem por objetivos valorizar a produção do município, com a mostra de curtas-metragens, na qual poderão ser apresentados trabalhos realizados de 2007 para cá. E, trazer para o público, filmes que muitas vezes não entram em cartaz nas salas comerciais.
O crítico Rubens Ewald Filho foi questionado pelo CONTEXTO se o festival anapolino pode contribuir para um processo de interiorização do cinema. Segundo ele, o passo principal é ter vontade política para que isso ocorra e, em segundo lugar, como toda e qualquer produção, o cinema – conforme avaliou – é uma atividade que necessita de investimentos, em alguns casos, investimentos vultosos. “O cinema é diversão, mas muito mais do que isso”, frisou. Em sua exposição, ele ressaltou que Anápolis estava predestinada a receber o evento, referindo ao fato de a Cidade ter sido escolhida como morada em chácaras compradas nos seus arredores, na década de 50, por grandes atrizes de Hollywood como Janet Gaynor (primeira mulher a ganhar um Oscar da Academia de Cinema) e Mary Martin, que era mãe do ator Larry Hagman, dos famosos seriados “Jeannie é um Gênio” e “Dallas”. A passagem dessas personalidades hollywoodianas está no roteiro do filme da cineasta Tânia Montoro, que vai abrir a mostra competitiva de longas-metragens.
A cineasta Tizuka Yamazaki também destacou esse aspecto histórico que reforça a realização do festival e lembrou que Anápolis foi um ponto de passagem que usava para pegar carona e ir estudar em Brasília. “Hoje me vejo honrada em estar aqui homenageada e lançando Festival”. A atriz Ingra Liberato revelou ter muito contato em Goiânia, mas pela primeira vez esteve em Anápolis e, segundo ela, o evento tem um aspecto importante de valorização da produção cultural. Para o ator Luiz Carlos Vasconcelos, o mais importante é que o festival tenha uma sequencia, o que vai contribuir para a formação de público, o que também é um dos objetivos deste tipo de realização.
O secretário de Cultura, Augusto César de Almeida e a produtora Débora Torres adiantaram que cinco longas e dez curtas-metragens foram selecionados para as mostras competitivas e, após a exibição para o júri, as produções serão mostradas para o público em diferentes locais da Cidade. Além disso, haverá uma série de atrações paralelas como oficinas, debates, lançamento de livro e um encontro de cineclubes da região Centro-Oeste. A premiação total para os longas será de R$ 84, distribuída entre as categorias: melhor filme de ficção; melhor direção; melhor atriz; melhor ator; melhor ator coadjuvante; melhor atriz coadjuvante, melhor roteiro e melhor fotografia. A mostra de curtas terá premiação de R$ 36 mil, que se destinará à produção de um novo curta para ser apresentado na segunda mostra, em 2012.