Em uma grande “amarração”, o prefeito Márcio Corrêa tenta solução definitiva para problema dos fios soltos nos postes. Em atrito, Caiado e Ciro Nogueira expõe atrito em nova federação.
Odete Roitman

O vereador Jakson Charles (PSB) fez uma analogia sociológica e cultural sobre o problema dos fios soltos e/ou em desuso em Anápolis, durante discurso em plenário na Câmara Municipal. Ele começou citando a novela Vale Tudo, da Rede Globo, sucesso dos anos 1980, que foi reprisada no Vale a Pena Ver de Novo e tem agora um remake que traz o velho (e novo) dilema: “Quem matou Odete Roitman?”, a vilã e protagonista da trama.
A analogia foi explicada pelo próprio vereador, ao dizer que ninguém sabe quem são os responsáveis, ou pelo menos não se apontou ainda, de fato, culpabilidade na questão dos fios soltos, que ele lembrou ter vitimado uma criança de 10 anos na cidade. Jakson confessou ser um “noveleiro” de carteirinha.
Um enredo a mais na novela dos fios.
Amarrando as pontas

O problema dos fios soltos em Anápolis teve as pontas (quase todas) amarradas pelo prefeito Márcio Corrêa.
Ele conseguiu reunir os “atores” envolvidos na questão: a Prefeitura, A Equatorial Goiás, o Ministério Público e empresas de telefonia, internet, TV a cabo, entre outras, para elaborar e realizar um plano de trabalho em caráter emergencial, para tentar solucionar o problema. A única ponta que falta para ser amarrada não depende de Corrêa, diretamente.
Falta uma lei federal que regule a questão do compartilhamento de postes de energia, colocando de forma mais clara as responsabilidades e criando mecanismos mais rígidos de punições para as irregularidades.
O município já tem uma legislação própria, mas um dispositivo com validade para todo território nacional seria importante, até, para respaldar as ações que os municípios, como Anápolis, estão tomando por conta própria.
Rumo à direita

Somente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria condições de dar um rumo para que a direita, que tem nele o seu principal referencial, tenha um horizonte mais coeso para as eleições presidenciais de 2026.
No entanto, sua condição de saúde e os problemas e restrições que enfrenta com a Justiça (leia-se STF), o impedem de estar à frente de uma articulação mais forte e presente. Do lado oposto, o presidente Lula (PL) evita falar sobre reeleição, mas, obviamente, o cenário atual pode aumentar seu apetite por mais quatro anos no cargo.
E não há, pelo menos, ainda, de forma visível, nenhum nome ou grupo político que se coloque para quebrar a polarização.
E, muito em breve, o calendário eleitoral já vai ser iniciado.
Complicado pra Caiado

O governador Ronaldo Caiado, que é presidente regional do União Brasil e pré-candidato à presidência da República, trocou farpas com o presidente nacional do Progressistas, senador Ciro Nogueira.
Um abalo na anunciada federação União Progressistas, que nem homologada ainda pela Justiça Federal foi. Esse embate não é bom para Caiado, já que ele precisa de força para tocar seu projeto político.
Um projeto que tem de quebrar tabus e resistências a um pleiteante que é do interior do Brasil, de um estado com menor potencial de eleitores em relação a outros colégios eleitorais, como São Paulo e Minas Gerais (para lembrar da política do café com leite).
Ainda, sem contar o fato que Caiado disputa espaço na direita, onde a briga está grande. Cacife o governador goiano tem, mas o jogo, como se diz: “é bruto!”

- O vereador Domingos Paula (PDT) votou a favor do título de cidadania ao deputado federal Gustavo Gayer (PL), na votação primeira que determinou o arquivamento da matéria, por falta de quórum qualificado.
- Agora, ele já antecipou que votará contra nas comissões e em plenário, em face ao movimento que aproveitou brecha no regimento para o projeto voltar um dia depois à pauta.
- O vereador Luzimar Silva (PP) vive reclamando que a “mídia” não divulga suas ações. Ao mesmo tempo e, sem se preocupar em separar o “joio do trigo”, ele chama a mídia de “suja” e “nojenta”.
- Não tem lei, nem norma que obrigue a mídia a divulgar ação de qualquer vereador. Essa divulgação acontece naturalmente, quando se constrói boas relações de ambas as partes.
- O ex-prefeito Roberto Naves (presidente regional do Republicanos), taxou de “infeliz e inoportunas”, as declarações do presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, em relação ao governador Ronaldo Caiado (UB).
- Naves, que foi reeleito prefeito pelo PP, na época, disse que Nogueira não é “porta-voz” de Jair Bolsonaro e que não há decisão tomada sobre quem o ex-presidente irá apoiar.
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