José Aurélio Soares
Vander Lúcio Barbosa
Algumas pessoas nascem com problemas nos músculos, nervos ou cérebro. Outras adquirem esses problemas durante a vida, seja por trauma ou pela ação do tempo. Nesses casos um fisioterapeuta pode ser a solução para a situação, curando ou melhorando substancialmente a qualidade de vida delas.
Filipe do Carmo Silva é fisioterapeuta, especializado em fisioterapia neurofuncional. Formado há 11 anos, passou pela experiência de sair da graduação direto para uma das instituições de saúde que mais conferem experiência à um profissional. A Apae.
Na unidade de Anápolis ele chegou a participar do estágio supervisionado. Depois, foi voluntário por 2 anos, até ser contratado como colaborador. Aí ele trabalhou por mais oito anos, passando pela neuropediatria, equoterapia e reabilitação neuromuscular de adultos.

“Sou muito grato pela a oportunidade que tive na Apae, pois toda minha experiência em reabilitação neurológica eu construí lá, com excelentes profissionais e uma infra estrutura incrível”, agradece Filipe.
Hoje ele realiza atendimentos exclusivamente nas áreas de fisioterapia em gerontologia e neurologia adulto.
Mas seu grande projeto é trazer para Anápolis um novo conceito em reabilitação neurofuncional através da Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua. Filipe vai concluir o curso e já orça equipamentos para implantar uma clínica oferecendo o tratamento. “Estou estudando a viabilidade. Se isso se tornar realidade, o público anapolino e de toda a nossa região, vai poder contar com o que há de mais moderno nesse ramo”, conta o fisioterapeuta.
Estimulação transcraniana por corrente contínua

Segundo Filipe, diversas técnicas medicinais têm se destinado a alterar padrões neuronais relacionados a quadros patológicos. Além do emprego terapêutico dessas técnicas, o aprimoramento cognitivo tem ganhado espaço no campo de pesquisa. Tais técnicas baseiam-se na neuromodulação da atividade cerebral e, dentre elas, a Estimulação Elétrica Transcraniana por Corrente Contínua.
A Estimulação Elétrica Transcraniana consiste na aplicação de corrente elétrica contínua de baixa intensidade sobre a cabeça, capaz de gerar mudanças na excitabilidade cerebral. “A técnica pode aumentar ou reduzir a atividade cerebral dependendo do local e posicionamento dos eletrodos na cabeça, que por sua vez dependerá da doença do paciente”, explica ele.
A execução do procedimento inclui algumas etapas. Inicialmente, aplica-se uma corrente elétrica contínua de baixa intensidade na região do cérebro do paciente, através de eletrodos posicionados no couro cabeludo. Esta corrente permite que ocorram alterações na ativação de neurônios e é uma excelente alternativa para pessoas que não toleram o uso de medicamentos.

Assim, de acordo com a posição dos eletrodos na cabeça, a estimulação cerebral é mais intensa ou moderada. O que irá nortear a intensidade do estímulo é a necessidade de cada pessoa, de acordo com o tipo de doença que esteja sendo tratada.
Ela serve para tratar casos de Acidente Vascular Encefálico (AVC, Lesão Medular, Traumatismo craneano encefálico (TCE), Doença de Parkinson, Dor Neuropática, Paralisia Cerebral, Autismo, Ataxia, Atetose e Hipotonia. “É algo extraordinário que, em breve, pode estar ao nosso alcance”, conclui.