Quando idealizou a “Marcha Para o Oeste”, nos anos 40, dentro da tese defendida pelo Marechal Rondon (Cândido Mariano da Silva Rondon), Getúlio Vargas, que foi ditador e, também, presidente eleito do Brasil antecipava, em décadas, o que viria a acontecer nos estados de Mato Grosso e Goiás (ainda não existiam o Distrito Federal, nem Mato Grosso do Sul). Nunca ninguém teve tanta visão futurística quanto Vargas.
Mais tarde, nos anos 60, Juscelino Kubitscheck de Oliveira, Presidente do Brasil, decidiu materializar o sonho de Dom Bosco, que era trazer o comando político/administrativo do País, para a região central. Foi assim que nasceu Brasília. Juscelino dizia, sabiamente, dentre outras coisas, que o Centro Oeste seria o celeiro do Brasil. E, não deu outra. Já, de há tempos, superamos a produtividade agropastoril da região Sudeste, onde, por décadas, dominaram as culturas de café e cana, em São Paulo, além da pecuária leiteira e várias lavouras em Minas Gerais.
Superamos, também, o Sul, que tinha com moedas fortes o trigo e o gado gaúchos, o café e a madeira do Paraná e os pescados de Santa Catarina. Hoje, juntos (Mato Grosso; Mato Grosso do Sul, Goiás e, até, o Distrito Federal – grande produtor de trigo e hortifrutigranjeiros -) formam a decantada fronteira agrícola. São os responsáveis pela maior porcentagem do alimento que chega à mesa dos brasileiros e, de milhões de estrangeiros na Europa, Ásia, África e nas três Américas. E, vamos mais longe. Os números da Confederação Nacional da Agricultura são animadores. Nossa produção vai crescer algo em torno de 4,5 por cento este ano.
Não é segredo para ninguém que o agronegócio seja a principal atividade econômica da região Centro-Oeste. Isto, porque, ele engloba as agroindústrias e a produção agropecuária. Esta, por sinal, se destaca no fornecimento de matéria prima para indústrias de alimentos e de outros setores do Brasil e do exterior, principalmente carne; soja; algodão; milho, cana-de-açúcar e arroz.
A cada ano que passa, os índices de produtividade se elevam. Isso, em razão de investimentos em tecnologias, especialmente nas propriedades de produção tradicional. Em suma, o que tem ocorrido é um processo de modernização maciça do campo na região.
Tomando, por exemplo, Goiás, o destaque fica para a produção de carnes (de aves, bovina e suína) além de algodão, soja, milho e arroz, no sudoeste do Estado. No Mato Grosso goiano (centro do Estado) a principal cultura é a cana-de-açúcar. Anápolis entra nisso como grande centro produtor de verduras; frutas, legumes e proteína animal (carnes variadas, ovos e derivados), além de fazer a logística de distribuição desses alimentos, principalmente nos dias de hoje, quando se vive a maior pandemia de todos os tempos, com as populações carentes de comida na mesa.