Por Moacir Melo
Sim, passei por lá e fiquei deveras triste com o que vi, recentemente, em agosto de 2022, desde a cidade de Los Angeles, quando, subindo, sem pressa, pela famosa estrada Highway, na costa do Pacífico, até chegar, triunfalmente, na cidade dos meus sonhos, São Francisco, cumprindo um sonho de viagem. Só que, desde Los Angeles até São Francisco, o então sonho californiano foi-se deteriorando ao longo da viagem, passando pelos Vales de Sonoma e Napa, ao deparar com grandes lavouras de maconha, alta pobreza não só na periferia das cidades como em qualquer ponto turístico que o turista ouse visitar.
Por lá, em todas as cidades, deparamos com ruas abarrotadas de drogados, moradores de rua em todos os centros das grandes cidades, impossibilidade de andar pelas ruas com assaltos iminentes, lojas trabalhando trancadas e com segurança total, muita carestia e impostos muito altos. Muito triste! Sobrou a questão: o que aconteceu e acontece com a Califórnia? A resposta está somente em políticas públicas equivocadas. E o estado americano mais rico vai seguindo de marcha a ré. Grandes empresas estão mudando de sede para o Estado do Texas ou outros onde o imposto é menor, têm mais segurança e melhores condições de vida.
Yes, na Califórnia, EUA, desde 2016, a maconha foi liberada para uso “recreativo”. Desde 2006, já era liberada para uso medicinal. E o estado tem exemplos fortes do que não poderia ser esquecido por aqui. Primeiro que tinham a expectativa de faturar US$ 1 bilhão por ano de impostos e esta expectativa foi frustrada porquanto os usuários preferem comprar dos traficantes que vendem mais barato; apesar da regulação forte, não é considerado tráfico até 28,35 gramas, a polícia não consegue solucionar; a liberação proporcionou um excedente fantástico de produção e o estado vende ou exporta em torno de 85% da sua produção, fato que concorre para aceleração e disseminação da droga para o país inteiro.
Em consequência disso, a calçada da fama em Los Angeles está tomada noite e dia por usuários de drogas em estilo hippie ou não; violência e assassinatos em alta; assaltos de toda ordem e a toda hora em lojas e supermercados protegidos por uma lei estadual maluca que libera da cadeia quem rouba até 950 dólares. Por causa disso, os mercados trabalham praticamente fechados com guardas armados em suas saídas para impedir assaltos iminentes. Coisa feia de ver e que os políticos de lá assistem e nada se manifestam. Fuma maconha, Califórnia, fuma!
Do lado de cá, no momento em que iniciamos nossa liberação das drogas, ao definir como não tráfico uma quantidade de 40 gramas de maconha, definida pela nossa Suprema Corte, quantidade superior às 28,35 gramas da Califórnia em baixa, já começo a antever o que vai acontecer por aqui em nosso país, que tem por grandeza premiar o ócio. O que vem por aí é deveras assustador. Fico sem entender o conceito na cabeça de nossos líderes políticos de esquerda, não só por aqui, mas mundo afora, que se dizem defensores dos pobres e oprimidos e impõem-lhes tamanho sofrimento e sem perspectivas de futuro, com políticas equivocadas de incentivo às drogas, ao ócio e às coisas erradas, como no exemplo californiano.
Meus sonhos ou devaneios por aqui na terra de Cabral continuam e são que nossos líderes políticos procurem regulamentar o uso medicinal da maconha, diminuam, urgente, a quantidade de uso pessoal, criem condições de gerar empregos, diminuindo a burocracia e a carga fiscal que nos impede de competir mundo afora; unam a nação brasileira; procurem dar dignidade às pessoas, promovendo ensino de qualidade para todos com profissionalismo, sem populismo, sem paternalismo e sem clientelismo. Afinal, só seremos salvos do atraso pela EDUCAÇÃO. Não há outro caminho.
Fora disso, só nos resta pedir: SENHOR DEUS: tende piedade de nós, simples mortais. Amém!