A polícia está fechando o cerco aos agentes do narcotráfico em Anápolis. Somente este ano foram 44 traficantes presos com crack, cocaína, maconha e outras drogas. Na última semana o Grupo de Repressão ao Narcotráfico (Genarc) apreendeu na casa do motorista Lázaro Antônio Pereira, de 37 anos, na Vila Fabril, mais de 300 gramas de cocaína que, comercializados, renderiam mais de R$ 9 mil.
Após denúncias anônimas de que na casa de Lázaro Pereira funcionava um laboratório de drogas, policiais do Genarc foram até a residência, mas não o encontraram. Chegando lá estava apenas a esposa, Walkiria Pereira Dias. Na casa foram encontrados uma caixa de ácido bólico, usado para matar baratas ou no caso de drogas para diluir a cocaína, além de um frasco de éter, que também é utilizado na mistura. No entanto, nos fundos da residência foram encontradas outras 50 caixas.
Suspeitando de que havia droga no local, a polícia investigou a área e para a surpresa deles a encontraram no telhado do vizinho do traficante. Dentro de uma bolsa estavam 300 gramas de cocaína, balança de precisão, tesoura, faca e ainda uma luz de emergência que auxilia no processo de secagem da droga. A esposa do traficante foi encaminhada à delegacia para prestar depoimento.
Explicações
A mulher afirmou que o marido traficava junto com o outro morador da casa do fundo identificado, apenas, por Rodrigo Paulo. Lázaro Pereira que estava em liberdade condicional há sete meses está foragido juntamente com seu comparsa. Walkiria foi liberada após o depoimento.
De acordo com a delegada do Genarc, Pilar Maria Vilalba, crimes como este são recorrentes em Anápolis. Mas, confessa que ficou surpresa pela metodologia aplicada por este traficante. Segundo a delegada, a droga, com a adição de ácido bórico e éter aumentaria em três vezes o volume e, com isso, proporcionaria um faturamento também três vezes maior.
A delegada afirmou ainda, que o prejuízo do usuário é maior. “É uma droga cara e elitizada que está sendo adulterada causando danos maiores do que a própria droga, ou seja, os usuários estão sendo enganados”, disse. Para atestar a presença de cocaína encontrado na casa de Lázaro Pereira, os objetos e o pó foi encaminhado à perícia, que comprovou. Haverá uma segunda perícia, agora pelo instituto de criminalística para o laudo final.
O artifício de colocar a droga na casa do vizinho também está sendo utilizado por traficantes. No caso de Lázaro, não houve suspeita alguma devido ao acesso da droga dar-se apenas pela casa dele e ainda após a confissão da esposa de que esse era o combinado: deixar a droga no telhado do vizinho.
“Os casos de usuários de crack tem proporções maiores e estamos trabalhando na repressão desse tráfico”, afirmou a delegada ao comparar com o número de usuários de cocaína.