Embora seja uma virtude muito valorizada e que traz benefícios para quem recebe e para quem dá, a generosidade pode ser surpreendentemente difícil para muitos e possui aspectos culturais que precisam ser avaliados. É fato que alguns povos são mais dispostos a compartilhar e cooperar, o que não é o caso do nosso País.
Na pesquisa feita pela Michigan State University (2016) com 63 países, nosso País ficou em 51º lugar no ranking de empatia. O estudo considerou aspectos como autoestima, coletivismo/individualismo e o hábito de imaginar os sentimentos dos outros. Curiosamente, nosso vizinho Equador, com uma cultura mais coletivista que valoriza a
interdependência, ficou em primeiro lugar. A Lituânia ocupou um lugar incômodo: o último.
Aspectos como a “cordialidade” do brasileiro, podem não se traduzir diretamente em empatia e generosidade. Mas, por que temos dificuldade com a generosidade?
As famílias ocupam um papel muito importante para nos ajudar a sermos empáticos, pois atua como o primeiro e mais influente “laboratório” de experiências sociais e emocionais para uma criança. A generosidade é algo aprendido e desenvolvido, significativamente, dentro do ambiente familiar.
Crianças aprendem muito observando o comportamento dos adultos ao seu redor. Se os pais ou cuidadores demonstram generosidade uns com os outros, com vizinhos, amigos ou com a comunidade (doando, ajudando, compartilhando), as crianças internalizam essa atitude como um valor e comportamento costumeiro.
Por isso, os pais precisam reconhecer os atos de generosidade de seus filhos. Precisam elogiar: “Fiquei muito orgulhoso(a) de você por ter compartilhado seu brinquedo!” ou “Foi muito gentil da sua parte ajudar seu irmão”. Isso valoriza o comportamento e a criança associa generosidade aos sentimentos positivos.
Em uma família onde a segurança e o afeto são abundantes, a criança se sente menos ameaçada pela ideia de “perder” ao dar. Se ela sabe que suas necessidades serão atendidas, é mais fácil estender a mão para os outros. Quando a generosidade é um valor familiar explícito e vivido, ela se torna parte da identidade e da cultura da casa, sendo passada de geração em geração!
Contudo, generosidade não é apenas sobre dinheiro. Pode envolver tempo, energia, atenção e vulnerabilidade emocional. Esses custos não monetários podem ser percebidos como sacrifícios significativos, especialmente em uma rotina já sobrecarregada.
O esforço de parar o que se está fazendo para ajudar, de se abrir emocionalmente ou de dedicar tempo a outra pessoa pode ser algo mais difícil que assumir o custo financeiro de algo.
Vale lembrar que superar as dificuldades que impedem a prática da generosidade envolve um esforço consciente para desenvolver empatia, desafiar medos irracionais e praticar a generosidade em pequenas ações. Quando isso acontece, movimentamos o ciclo virtuoso de bem-estar para os outros e para nós mesmos!
Na perspectiva cristã há sete aspectos da generosidade que precisam ser compreendidos. Confira:
O PRIMEIRO é que Deus é dono de tudo. Ele é o provedor.
SEGUNDO: Deus provê o suficiente e a medida de Deus é uma medida boa.
TERCEIRO: Deus tem dado generosamente e até mesmo seu Filho nos foi dado.
QUARTO: quando somos generosos, respondemos com amor e esse amor é direcionado aos irmãos, trazendo alegria e aliviando o sofrimento.
QUINTO: Deus nos direciona e ensina o princípio da generosidade. “Dai e dar-se-vos-á” foi o que Jesus nos ensinou.
SEXTO: doar traz alegria ao doador. Muita tristeza poderia ser curada se conseguíssemos olhar um pouco para fora de nós mesmos.
SÉTIMO: podemos ser generosos confiando no fato de que Deus vai continuar nos sustentando.
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