A Pesquisa Anual Industrial, com resultados consolidados de 2020, mostra o comportamento do setor e variáveis de ocupação, rendimentos e receitas
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quinta-feira, 21, os dados da Pesquisa Industrial Anual (PIA). Trata-se de um levantamento que retrata as características estruturais do segmento empresarial da atividade industrial.
Os dados consolidados são referentes a 2020. Porém, o levantamento permite se fazer uma comparação de resultados tomados a partir de 2007.
E a principal base comparativa refere-se ao quantitativo de unidades locais de empresas industriais com cinco ou mais pessoas ocupadas em Goiás.
Lá em 2007, no primeiro registro, Goiás tinha 5.200 indústrias. Até 2011, esse número foi subindo e chegou a 6.513. Em 2021, caiu para 6.456 e, no ano seguinte, atingiu o recorde na série histórica: 7.204 unidades locais de indústrias. De 2013 a 2017, o número caiu para 6.538, oscilando para 6.587 e 6.376 em 2018 e 2019, respectivamente. E, agora em 2020, ficou em 6.524, com um acréscimo de 2,32% frente ao ano passado.
No entanto, quando o número de unidades locais de indústria em 2020 é comparado com o melhor resultado na série histórica, em 2013, a queda foi de 9,44%.
Conforme destaca a PIA, as unidades locais de empresa geraram em 2020, mais de R$ 154,5 bilhões em receita líquida de vendas e pagaram aproximadamente R$ 7,5 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações.
Além disso, as unidades industriais goianas geraram um valor bruto de produção industrial, em 2020, na casa de R$ 129,6 bilhões, ao passo que tivera em torno de R$ 85,5 bilhões em custos operacionais.
Atualmente, Goiás é o 7º estado no país com o maior número de unidades locais industriais, com representação de 3,6% do total no Brasil e é o maior na região Centro-Oeste, com participação de 53,1%.
Pessoal ocupado
Os dados da PIA demonstram que em 2020, o número de pessoas ocupadas nas indústrias com cinco ou mais trabalhadores era de 231,6 mil. No ano anterior, ou seja, em 2019, o número era de 227,3 mil. Dessa forma, registrou-se um acréscimo de 3,2%.
Além do maior número de unidades locais de indústrias, 2013 registrou também a melhor marca na série histórica, em relação ao pessoal ocupado que, naquele ano, chegou a 256,8 mil.
Apesar do aumento de pessoal ocupado na comparação 2020-2019, os salários pagos, retiradas e outras remunerações apresentaram queda de 1,9%. O gasto com pessoal ocupado em 2020 foi de R$ 7,5 bilhões e em 2019, de R$ 7,6 bilhões.
Distribuindo esse valor entre pessoal ocupado e em 13 vezes no ano, observa-se, portanto, um rendimento médio mensal de R$ 2.484,00 no ano de 2020, com redução de 3,7% em relação a 2019, quando o rendimento médio mensal foi de R$ 2.580,00.
“Para melhor efeito comparativo, ao analisar o salário no poder de compra, a paridade com o salário-mínimo (s.m.) do respectivo ano mostra que as unidades locais industriais goianas pagaram 2,39 s.m. em 2020, queda de 7,5% em relação aos 2,59 s.m. pagos em 2019. No Brasil, o salário médio foi de 3,04 s.m”, pontua a pesquisa.
Atividades
A PIA traz ainda dados que permitem analisar o desempenho da indústria goiana por atividade. Em 2020, a indústria de transformação foi responsável por 94,9% do valor da transformação industrial em Goiás, cerca de R$ 41,9 bilhões.
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Dentro da indústria de transformação, o segmento de fabricação de produtos alimentícios foi o principal destaque na transformação industrial goiana, com cerca de 42% do total, em valor nominal, algo em torno de R$ 18,6 bilhões.
A atividade também foi a que apresentou maior número de unidades locais de indústrias: 1.264 (19,4% do total do estado) e, ainda, a maior participação em pessoal ocupado (37,2% do total do estado). Além de concentrar 33,8% dos salários, retiradas e outras remunerações.
Em relação ao salário médio mensal em comparação com o salário-mínimo, o maior pagamento, segundo a PIA, ocorreu no segmento de metalurgia, cujo rendimento ficou na casa de 5,09 s.m.
Produção
Em relação a produção e venda de produtos e serviços industriais, a pesquisa traz como destaque, para o ano base 2020, tortas, bagaços e farelos da extração de soja, inclusive cascas, palhas e outros resíduos dessa extração. O valor de produção chegou à casa de R$ 9,2 bilhões e a receita líquida em vendas, de R$ 8,9 bilhões.