Durante as obras de restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, arqueólogos identificaram um cemitério com mais de 200 anos, possivelmente usado por africanos escravizados e negros libertos.
A descoberta ocorreu em escavações realizadas para a implantação de um sistema de drenagem, quando foram exumadas 35 ossadas e identificados centenas de outros túmulos.
Achados significativos
No interior da igreja, a remoção do piso de madeira revelou 56 campas funerárias numeradas, além de cerca de 150 sepultamentos distribuídos nas laterais, no fundo e no pátio frontal. Segundo o arqueólogo Wagner Magalhães, a presença de sepultamentos embaixo de estruturas como escadas evidencia mudanças na construção original.
Desafios e estudos
O estado frágil das ossadas, causado pelo solo úmido, limita a retirada completa dos esqueletos. No entanto, as ossadas exumadas serão estudadas em laboratório para identificação de características como sexo e faixa etária. Registros históricos de batismos e óbitos complementarão a análise, contribuindo para reconstruir narrativas desse período histórico.
A restauração da igreja, que recebeu investimento de R$ 3,5 milhões do Governo de Goiás, tem previsão de conclusão para 2025, unindo preservação arquitetônica e descobertas arqueológicas.
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