A Pesquisa de Inovação – Pintec, que tem por objetivo a construção de indicadores setoriais, nacionais e regionais das atividades de inovação nas empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas, estimou que, de um universo de 3.364 empresas da indústria extrativa e de transformação em Goiás, 1.411 foram inovadoras em produto ou processo, perfazendo uma taxa geral de inovação de 41,9% no período 2015- 2017. Essa taxa de inovação da indústria foi a segunda maior do país, atrás apenas do estado do Amazonas (46,0%) e à frente dos estados do Mato Grosso do Sul (41,2%) e do Paraná (40,6%). No Brasil, a taxa de inovação da indústria extrativa e de transformação foi de 33,9%.
O estado de Goiás avançou 11 posições no ranking nacional de inovação, na comparação com a última divulgação da pesquisa, que compreendeu o triênio 2012-2014. Naquele período, a taxa de inovação em Goiás era 31,6%, e o estado era a terceira pior unidade da Federação investigada, enquanto no Brasil a taxa de inovação da indústria extrativa e de transformação era de 36,4%.
Os dispêndios em atividades inovativas das empresas inovadoras em Goiás atingiram o montante de R$ 1,4 bilhão em 2017, representando 2,4% da receita líquida de vendas do universo de empresas da indústria extrativa e de transformação, atrás apenas do Amazonas (4,3%) e do Ceará (2,8%). Desse montante, 20,7% foram investidos em atividades internas de Pesquisa e Desenvolvimento.
Já em relação à participação das unidades da Federação nos dispêndios da indústria total nacional, o estado de Goiás possui apenas 2,9% de investimentos em atividades inovativas. A maior é do estado de São Paulo que possui 41,7% de participação nos dispêndios das empresas inovadoras e a menor é do Mato Grosso do Sul, com apenas 0,3% de participação.
Gastos
A análise dos dispêndios realizados pelas empresas para inovar pode ser complementada com o panorama da composição dos gastos pelas distintas atividades inovativas em 2017. Em Goiás, 62,0% do total de dispêndios realizados nas atividades inovativas foi para aquisição de máquinas e equipamentos, quase o dobro do percentual gasto pelas empresas do país nesta atividade (31,1%). O segundo maior gasto pelas empresas inovadoras no estado foi nas atividades internas de pesquisa e desenvolvimento (20,7%), enquanto no Brasil, essa atividade foi a que mais teve participação dos gastos (37,4%).
Das 1.411 empresas inovadoras das indústrias extrativa e de transformação que implementaram inovações, 48,5% utilizaram programas do governo para inovar em Goiás no ano de 2017. Foi o segundo estado com maior percentual de empresas que receberam apoio do governo, atrás do Amazonas (57,9%).
Condição de mercado
No período 2015-2017 as condições de mercado foram apresentadas como o principal obstáculo para as empresas que não implementaram inovações e projetos em Goiás, com 65,9% das empresas indicando este motivo como razão da não implementação de inovações. Depois delas, 21,3% das 1.864 empresas que não implementaram inovações e projetos apresentaram como principal razão as inovações prévias.
Apenas 12,8% das empresas em Goiás não implementaram inovações e projetos por outros fatores impeditivos como elevados custos da inovação, escassez de fontes apropriadas de financiamento e riscos econômicos excessivos.
Pesquisa
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE realiza desde 2000 a Pesquisa de Inovação – Pintec, que tem por objetivo a construção de indicadores setoriais, nacionais e regionais das atividades de inovação nas empresas do setor de Indústria, de Eletricidade e gás e de Serviços selecionados (Edição e gravação e edição de música; telecomunicações; atividades dos serviços de tecnologia da in – formação; tratamento de dados, hospedagem na Internet e outras atividades relacionadas; serviços de arquitetura e engenharia, testes e análises técnicas; e pesquisa e desenvolvimento). Ao longo de sua trajetória, a Pintec vem fornecendo importantes subsídios para a definição de estratégias empresariais e políticas públicas, representando assim um instrumento fundamental de análise do potencial competitivo do País.