O secretário estadual de Assuntos Internacionais, Elie Chidiac, vai prestar assistência às goianas mantidas em cárcere privado na Espanha e que foram liberadas nesta semana durante operação internacional realizada em conjunto pela Polícia Federal e pelo governo da Espanha. O secretário se reuniu na quarta-feira,10, com o delegado regional da Polícia Federal em Goiás, Umberto Ramos Rodrigues, quando falou sobre a Operação Ninfas, desencadeada pela PF e pela polícia espanhola, que libertou 10 vítimas do tráfico de mulheres na Espanha. Destas, cinco são brasileiras e, entre elas três goianas. A acusada de comandar o tráfico de pessoas para duas boates espanholas também é goiana. Ela é nora de um dos sócios de um dos estabelecimentos alvo da operação e, segundo informações do delegado Umberto Ramos, identificava possíveis vítimas por meio de redes sociais e as atraía com falsas promessas de emprego.
Elie Chidiac diz que as vítimas goianas serão recebidas pela secretaria, orientadas e integradas dentro das ações promovidas para o combate ao tráfico de mulheres. O secretário lembra que este caso atual, a Operação Ninfas, reforça as estatísticas goianas relacionadas ao tráfico de pessoas. De acordo com a secretaria, a colônia goiana no exterior é uma das maiores, quando comparada com os demais estados brasileiros.
Nos últimos 13 anos, mais de 300 mil goianos emigraram (entre pessoas que viajaram regularmente e outras que foram para trabalhar irregularmente). Destes, pouco mais de 3 mil ficaram no exterior em situação irregular. “Muitas vezes são mulheres atraídas por falsas promessas de emprego, acabam exploradas sexualmente e têm os documentos retidos pelos aliciadores, como aconteceu com as mulheres mantidas presas pela Operação Ninfas”, detalha o secretário. Além da Espanha, mulheres são atraídas principalmente para Bélgica, Reino Unido e Itália, para fins de exploração sexual.
Goiás saiu na frente de outros estados brasileiros e, desde 1999, mantém um setor do governo para atuar na área de relações internacionais. Entre as ações da Pasta, que também atua na atração de investimentos e parcerias com organismos e governos internacionais, está o combate à exploração sexual, feito em parceria com as polícias Civil, Militar e Federal e com o Ministério Público. Os focos da secretaria são a prevenção, repressão e assistência às vítimas e familiares. No total, entre casos de auxílio a familiares de goianos mortos no exterior, casos de desaparecimento e prisão de goianos no estrangeiro, foram registrados 39 atendimentos só neste ano.
A recomendação é que, ao ser assediado com alguma oferta de emprego no exterior, o interessado busque informações nas embaixadas e até mesmo na sede da secretaria estadual, para saber se o posto de trabalho é legal.
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