Após uma semana de intensa movimentação, por conta do fechamento do Pronto Socorro da Santa Casa de Misericórdia de Anápolis, na madrugada de terça-feira, 14/05, é aguardado para qualquer momento o anúncio de um novo convênio com o Governo de Goiás. Até o fechamento da matéria, a Secretaria Estadual de Saúde, através de sua assessoria de comunicação, ainda não tinha a confirmação sobre a assinatura do contrato entre as partes, nem informação sobre qual o valor a ser repassado.
O Prefeito Roberto Naves, informado sobre o fechamento do Pronto Socorro da Santa casa, se reuniu na segunda-feira, 13/05, à noite com o Governador Ronaldo Caiado, juntamente com o deputado estadual Amilton Filho (SD), a fim de buscar uma solução ao problema. Naquela oportunidade, segundo o chefe do Executivo, Caiado ligou para o secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, para que o mesmo se empenhasse junto com a sua equipe, para contornar o problema.
Na terça-feira, 14/05, a direção da Fundação de Assistência Social e da Santa Casa de Misericórdia de Anápolis, anunciaram a paralisação do atendimento no Pronto Socorro da unidade, por tempo indeterminado, até que fosse apontada uma solução para o desequilíbrio financeiro ocorrido após a interrupção do convênio com o Estado, que fazia repasses mensais da ordem de R$ 429 mil/mês. O convênio não foi reformado e, desde o começo do ano, portanto, não há o referido repasse, gerando uma ausência de aportes que, somados, chegam a mais de R$ 2 milhões.
Segundo o diretor da FASA, padre Clayton Bérgamo, há mais de 20 anos o Pronto Socorro da Santa Casa opera, efetivamente, os serviços do Pronto Socorro para Anápolis e região, dentro de uma estrutura desenhada com os aportes de recursos federais e estaduais. Desde o início do ano, mesmo com prejuízo, os serviços vinham sendo mantidos, em razão da necessidade do atendimento que a Santa Casa faz e que é fundamental para a rede de saúde regionalizada do Município.
Na quarta-feira, 15/05, os deputados estaduais Coronel Adail (PP) e Antônio Gomide (PT), acompanhados por lideranças do Democratas, partido de Caiado, se reuniram com o secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino. Nesta reunião, foram discutidas duas propostas para a renovação do convênio: uma com repasses mensais no valor de R$ 500 mil, com a regulação de pacientes da Santa casa, para o Pronto Socorro, continuando sobre a responsabilidade do Município, que detém a gestão plena da saúde, sendo que neste caso, o repasse viria para a Prefeitura que faria o repasse à Santa casa. A outra proposta é de repasse mensal de R$ 600 mil, porém, com a o Estado ficando com a responsabilidade de fazer a regulação dos pacientes e de repassar diretamente os recursos.
Fontes próximas ao Prefeito Roberto Naves afirmam que a posição dele é que a regulação deva continuar sob a responsabilidade do Município.

Plano emergencial para reduzir impacto da crise na Santa casa
Na quarta-feira, 15/05, o Prefeito de Anápolis, Roberto Naves, anunciou um plano emergencial para ser adotado pelo Município com o intuito de conter o impacto do fechamento do Pronto Socorro da Santa Casa de Misericórdia, ocorrido após a zero hora de terça-feira (14/05). Segundo Roberto, a UPA da Vila Esperança, que tinha uma média de atendimento de 500 pacientes dias, no primeiro dia do fechamento do Pronto Socorro da Santa Casa, registrou 750 atendimento. Houve, também, aumento de atendimentos no Hospital Municipal.
O plano anunciado pela Prefeitura teve duas vertentes: a primeira delas foi um acordo com a Santa Casa, garantindo o repasse de R$ 400 mil de um convênio firmado para a manutenção da UTI pediátrica. Esse valor deveria ser repassado em parcelas, mas devido à urgência de se manter o Pronto Socorro pediátrico funcionando, foi feita esta antecipação. “Nossa preocupação maior era com as crianças, a parte mais sensível do problema”, disse o Prefeito. A outra vertente foi a ampliação do horário estendido nas unidades de saúde do Parque Iracema, Recanto do Sol e Bairro de Lourdes.
Na oportunidade, Roberto Naves informou que a UPA de perfil pediátrico, que está sendo construída no Bairro Maracanã, nas antigas instalações do Cais Mulher, deverá ser concluída em um período de, no máximo, 60 dias. O que trará uma solução definitiva para o atendimento das crianças. A obra já está com 90% do cronograma executado.
De acordo com Roberto Naves, a crise que está ocorrendo na saúde, não só em Anápolis, mas em boa parte do País, é um reflexo da falta de planejamento e investimentos no setor há décadas. Ele pontuou que, nos últimos 10 anos, Anápolis teve, apenas, uma UPA construída. Agora, até o final de seu governo, além da UPA com perfil pediátrico, que é comparada a uma UPA de nível 3, de grande porte, será construído um novo Hospital Municipal. O projeto já está pronto e os recursos estão assegurados para a execução dessa obra.