A Justiça Federal determinou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) se manifestem em até 48 horas sobre as irregularidades envolvendo descontos indevidos na folha de pagamento de aposentados.
A decisão foi proferida pelo juiz federal Waldemar Claudio de Carvalho no âmbito de uma ação popular movida pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e pelo vereador de Curitiba, Guilherme Kilter (Novo).
A ação popular questiona a atuação do ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, e pede explicações sobre as fraudes. O juiz determinou que o governo, o INSS e Lupi se posicionem devido à “urgência da questão tratada”. Além disso, a decisão incluiu uma intimação ao Ministério Público Federal (MPF) para se manifestar sobre o caso.
A ação movida por Ferreira e Kilter exige que o governo federal, o INSS e o ex-ministro Carlos Lupi sejam condenados a ressarcir os cofres públicos em pelo menos R$ 6,3 bilhões. Além disso, o processo solicita a restituição dos valores descontados indevidamente dos aposentados afetados pelo esquema.
Fraude no INSS
O caso começou a ser investigado em 23 de abril, quando uma operação conjunta da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal (PF) identificou um esquema nacional de descontos associados a entidades não autorizadas, que afetou aposentados e pensionistas. Estima-se que os descontos indevidos, entre 2019 e 2024, tenham totalizado cerca de R$ 6,3 bilhões.
De acordo com o ministro da CGU, Vinicius Marques de Carvalho, as entidades envolvidas não possuíam estrutura operacional adequada para oferecer os serviços cobrados dos aposentados. A operação resultou no afastamento e posterior demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e no pedido de demissão de Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência, no início de maio.
Desdobramentos e repercussão
O caso continua a ser investigado, com forte repercussão política e social, dada a magnitude das fraudes e o impacto sobre os aposentados que tiveram seus rendimentos indevidamente reduzidos. O governo Lula e o INSS terão um prazo curto para apresentar esclarecimentos sobre os fatos, e o MPF acompanhará de perto os desdobramentos dessa ação popular.
O resultado desse processo pode ter implicações significativas para a gestão do INSS e para a política de aposentadoria no Brasil, além de gerar consequências para os responsáveis pela fraude e pelo manejo irregular de recursos públicos.
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