Aeronave sueca percorre 1.200 km em pouco mais de uma hora até a Base Aérea de Anápolis.
O F-39 Gripen de matrícula FAB 4111 realizou, nesta quarta-feira (19), seu primeiro voo em território brasileiro. A aeronave partiu de Navegantes (SC) às 9h03 e pousou pouco mais de uma hora depois na Base Aérea de Anápolis (BAAN), onde passa a integrar o acervo do Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA). O trajeto de aproximadamente 1.200 km marca um novo capítulo na operação do caça de última geração da Força Aérea Brasileira (FAB).
Desembarcado no Brasil na sexta-feira (14), após ser transportado por navio desde a Suécia, o Gripen passou por procedimentos técnicos antes de ser liberado para voo. A missão foi comandada pelo Major Aviador Thiago Henrique da Costa Camargo, do Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV), unidade da FAB sediada em São José dos Campos (SP).
Testes avançados
Segundo o Major Thiago, o voo teve caráter técnico e exigiu atenção especial aos sistemas recém-instalados. “Este é um voo peculiar, no qual levamos em consideração todos os fatores convencionais de planejamento, mas também as características de um voo de teste. Avaliamos o comportamento da aeronave, os avisos ao piloto e os resultados dos testes que o avião fornece o tempo todo”, explicou.
O F-39 Gripen possui uma interface homem-máquina que reduz significativamente a carga de trabalho do piloto, permitindo maior foco na missão e melhor gerenciamento dos sistemas embarcados. “A pilotagem não é um fator dificultador. Isso aumenta a consciência situacional e a eficiência operacional”, complementou o Major.
Operação concluída
Com o pouso em Anápolis, mais uma etapa da Operação Navegantes foi concluída com êxito. Coordenada pela Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), a operação envolveu diversas unidades da FAB e instituições parceiras. “A avaliação é extremamente positiva e atesta a maturidade progressiva e consistente que o programa FX-2 tem atingido”, afirmou o Major-Brigadeiro do Ar Mauro Bellintani, presidente da COPAC.
Com a incorporação do FAB 4111, já são dez aeronaves em operação no Brasil. A primeira unidade segue em campanha de ensaios no Centro de Ensaios em Voo do Gripen, em Gavião Peixoto (SP).
Tecnologia nacional
O Projeto FX-2 representa um marco histórico para a defesa nacional e para a Base Industrial de Defesa (BID). Além de fortalecer a capacidade operacional da FAB, o programa gera empregos, qualifica mão de obra e impulsiona a indústria brasileira. Paralelamente ao recebimento das aeronaves suecas, os primeiros Gripen produzidos no Brasil estão em fase final de montagem. “Pouquíssimos países possuem essa capacidade. Temos domínio de tecnologia de ponta, formamos profissionais altamente qualificados e fortalecemos a BID”, destacou o Major-Brigadeiro Bellintani.
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