Decisão baseada em condições energéticas
Silveira explicou que, após uma reunião com o Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS), ficou claro que não precisamos do horário de verão agora. Ele destacou que o Brasil tem segurança energética, mesmo que a recuperação das condições de água seja lenta. Além disso, com a melhora dos reservatórios de hidrelétricas, o governo optou por não mudar os relógios em 2024.
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Análise de impactos econômicos e setoriais
O governo decidiu adiar a volta do horário de verão porque setores importantes da economia, como a aviação, precisariam de mais tempo para se ajustar. Nesse sentido, o ministro ressaltou que a medida deve ser sempre analisada cuidadosamente, considerando tanto os lados positivos quanto os negativos. Portanto, essa análise é especialmente importante para o setor elétrico e a economia.
Contexto da medida
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico havia sugerido a volta do horário de verão para 2024. No entanto, as melhores condições de chuva e o aumento dos reservatórios impediram que isso acontecesse. Historicamente, o horário de verão foi criado para aproveitar melhor a luz do dia e reduzir o consumo de energia à noite. No entanto, com as mudanças no comportamento da sociedade e na tecnologia, ele se tornou menos eficaz.
Estratégia para otimizar fontes de energia
Por outro lado, o horário de verão poderia ajudar a aproveitar mais a energia solar e eólica. No início da noite, a geração solar diminui, enquanto durante a madrugada a energia eólica aumenta devido ao vento. Assim, nesse intervalo, o consumo de energia atinge um pico que precisa ser atendido por hidrelétricas ou termelétricas. Se o governo deslocar esse pico para quando há mais luz solar, pode, consequentemente, reduzir a necessidade de usar as termelétricas, que são mais caras e poluentes.
Retomada e decreto anterior
Para voltar a ter horário de verão, o governo precisará revogar um decreto de 2019, assinado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que suspendeu essa medida. Além disso, o governo de Michel Temer já havia pensado em acabar com o horário de verão por causa das mudanças nos padrões de consumo e nos avanços tecnológicos. Mesmo durante a crise hídrica de 2021, o governo decidiu não retomar a política, mesmo depois de pedir um parecer do ONS.