VERSÃO FLIP
quarta-feira, 19 de novembro, 2025
  • Entrar
  • Registrar
Contexto
Nenhum Resultado
Ver Todos os Resultados
Contexto
quarta-feira, 19 de novembro, 2025
Contexto

Justiça determina que Serasa pare de vender informações pessoais de brasileiros

de Redação
24 de novembro de 2020
em Geral
Reading Time: 5 mins read
0 0
A A
0
Na imagem aparece a logo da Serasa em tela de celular e notebook (Foto: Adriana Toffetti / A7press)

Na imagem aparece a logo da Serasa em tela de celular e notebook (Foto: Adriana Toffetti / A7press)

Ação pública contesta venda de nome, CPF, idade, gênero e classe social sem consentimento; empresa diz seguir a lei

Da Redação

O desembargador César Loyola, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, determinou na sexta-feira (20) a suspensão da venda de informações pessoais de clientes pela Serasa Experian.

O Ministério Público do Distrito Federal havia entrado com uma ação pedindo a suspensão da “comercialização maciça de dados pessoais de brasileiros por meio dos serviços ‘Lista Online’ e ‘Prospecção de Clientes’”, que vendem dados como nome, CPF, endereço, idade, gênero, poder aquisitivo e classe social de pessoas que estão no banco de dados da Serasa Experian, sem consentimento específico delas.

Em sua ação, à qual a Folha teve acesso, o MP aponta para o esforço do Tribunal Superior Eleitoral para coibir os disparos em massa de WhatsApp nas eleições, que são facilitados por esse tipo de venda de cadastro.

Segundo o autor da ação, o promotor Frederico Meinberg, da Unidade Especial de Proteção de Dados e Inteligência Artificial, “na prática, a Serasa está vendendo os dados pessoais de mais de 150 milhões de brasileiros para empresas interessadas em prospectar novos clientes, sem que exista qualquer tipo de conhecimento por parte dos titulares das informações”.

Os contratantes pagam R$ 0,98 por contato.

“Ou seja, por R$ 0,98, a Serasa vende o núcleo da privacidade do cidadão brasileiro, consistente em nome, endereço, CPF, 3 números de telefones, localização, perfil financeiro, poder aquisitivo e classe social, para qualquer empresa interessada”, afirma o promotor. Ele frisa que os produtos em questão não têm qualquer vinculação com a proteção do crédito e sim com publicidade e captação de novos clientes.

Listas

A Serasa também oferece aos compradores das informações listas com nomes e CPFs segmentados pelo sistema Mosaic, que classifica consumidores em 11 grupos e 40 segmentos a partir de características de comportamento e consumo.

Pode-se comprar listas com grupos de CPFs e dados de “Ricos e influentes” , “Elite urbana qualificada”, “idosos tradicionais de alto padrão”, “assalariados de meia idade nas grandes cidades”, “jovens protagonistas da classe média”, “no coração da periferia”, “pequenos negociantes do interior”, “jovens da informalidade”, jovens desprovidos”, “sertão profundo”, entre outros.

A empresa também oferece listas segmentadas por afinidades das pessoas —tendências de compra e interesses.

Na decisão, o desembargador Loyola decidiu a favor de um agravo de instrumento, com pedido de liminar, feito pelo Ministério Público em resposta a uma decisão do juiz Wagner Pessoa Vieira, da 5ª Vara Cível de Brasília, que havia indeferido a tutela de urgência em ação pública que pedia a suspensão da comercialização de dados pessoais.

O juiz Vieira havia indeferido o pedido de tutela de urgência por entender que os dados, embora sejam informações pertinentes à privacidade e intimidade de pessoa física ou jurídica, são comumente fornecidas em relações negociais e empresariais. Por isso, afirmou, não caracterizam “elementos sigilosos ou confidenciais que somente poderiam ingressar na esfera de conhecimento de terceiros mediante expresso consentimento do seu titular”.

Além disso, na decisão, o juiz disse que as informações “interessam ao desenvolvimento econômico, à livre iniciativa, à livre concorrência e, portanto, à própria defesa do consumidor”.

Segundo a ação do MP, os dados estão sendo vendidos para fins que não têm nada a ver com proteção ao crédito e para os quais não houve consentimento dos usuários.

Em seu site, a empresa afirma que é a maior referência em análises e informações para decisões de crédito. “Ou seja, é um birô de crédito que reúne dados enviados por lojas, bancos e financeiras para dar apoio aos negócios”, afirma.

A empresa explica que criou um banco de dados com apontamentos sobre dívidas vencidas e não pagas, cheques sem fundos, protestos de títulos e outros registros públicos e oficiais.

Eleições

O promotor Meinberg também aponta para o aspecto eleitoral da venda de dados para pedir urgência.

“É sabido que números de telefones celulares podem ser usados para disparos em massa durante a Eleição de 2020, algo que vem sendo coibido pelo Tribunal Superior Eleitoral – TSE, inclusive com a criação de um canal de denúncias.”

Como revelou a Folha em uma série de reportagens, agências de marketing compram e revendem cadastros com informações pessoais de eleitores para envios de disparos de WhatsApp e outros tipos de propaganda eleitoral.

Na ação, Meinberg argumenta que essa venda de informações fere a Constituição Federal, o Código Civil, o Código de Defesa do Consumidor, o Marco Civil da Internet, bem como a Lei Geral de Proteção de Dados, ao violar a privacidade e honra das pessoas cujos dados são vendidos.

A LGPD exige que haja consentimento do usuário para que seus dados sejam comercializados. Segundo a legislação, é necessária “uma manifestação específica para cada uma das finalidades para as quais o dado está sendo tratado”, e por isso, segundo o MP, a comercialização feita pela Serasa Experian seria “ilegal/irregular”.

“Ainda segundo a LGPD, autorizações genéricas relacionadas ao consentimento do titular de dados para tratamento de seus dados serão consideradas nulas, devendo haver uma manifestação específica para cada uma das finalidades para as quais o dado está sendo tratado”, diz a ação.

Se a Serasa não cumprir a decisão judicial, fica obrigada a pagar multa de R$ 5 mil por venda.

Outro lado

Procurada, a Serasa afirmou, em nota, que atua conforme a lei.

“A Serasa Experian atua em estrita conformidade com a legislação vigente e se manifestará oportunamente nos autos do processo”, afirmou.

Com informações da FolhaPress

Rótulos: destaquegeral

Mais Artigos

Imagem: Ilustrativa/Reprodução

Ciclista de 77 anos sobrevive por três dias bebendo vinho após cair em um barranco

de Redação
17 de novembro de 2025
0

Idoso cai 40 metros na França e resiste por dias até ser finalmente resgatado Um ciclista de 77 anos sobreviveu...

Marcos Alberto Campos, um dos sócios-empreendedores do Antares, recepciona o empresário Júnior Friboi, convidado melhorias no projeto do futuro aeroporto em Aparecida de Goiânia. Foto: Cristiano Borges

Júnior Friboi manifesta interesse em investir em aeroporto privado em Goiás

de Anna Rhaissa
17 de novembro de 2025
0

Empresário visitou obras do empreendimento e destacou potencial do projeto para aviação e economia goiana. O empresário José Batista Júnior,...

Pesquisa reforça para os cuidados com os jogos on line e as finanças. Imagem: Reprodução/Internet

Apostas online crescem no Brasil e afetam saúde financeira e emocional dos consumidores

de Jornal Contexto
15 de novembro de 2025
0

Quase 40 milhões de brasileiros pagaram por jogos online em 2025, segundo pesquisa da CNDL e SPC Brasil. A popularização...

Carregar Mais

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Eu aceito as Políticas de Privacidade e Uso.

As mais lidas da semana

  • Trevo do Recanto do Sol tem intervenções para mitigar gargalos e reduzir acidentes. Foto: Paulo de Tarso.

    Os desafios do trânsito de uma cidade que não para de crescer

    0 compartilhamentos
    Compartilhar 0 Twitter 0
  • Novo caça Gripen será enviado à Base Aérea de Anápolis. Veja vídeo

    0 compartilhamentos
    Compartilhar 0 Twitter 0
  • Adeus ao mestre do balcão: Anápolis se despede de Pedro Dorneles, ícone da cultura de boteco na cidade

    0 compartilhamentos
    Compartilhar 0 Twitter 0
  • Justiça reconhece união estável entre três homens em Goiás

    0 compartilhamentos
    Compartilhar 0 Twitter 0
  • Encontrando paz no cotidiano – Por Samuel Vieira

    0 compartilhamentos
    Compartilhar 0 Twitter 0
Contexto

Jornal Contexto de Anápolis. Todos os direitos reservados © 2025 – Feito com Pyqui

Institucional

  • Quem Somos
  • Anuncie Conosco
  • Contato

Siga-nos

Seja bem-vindo(a)!

Entre em sua conta abaixo

Esqueceu sua senha? Registrar-se

Crie sua conta :)

Preencha o formulário para se registrar

*Ao se registrar em nosso site você aceita as nossas Políticas de Privacidade e Uso.
Todos os campos são obrigatórios Entrar

Recupere sua senha

Por favor insira seu Usuário ou Email para recuperar a sua senha

Entrar
  • Entrar
  • Registrar-se
  • Anápolis
  • Política
  • Economia
  • Segurança
  • Saúde
  • Educação
  • Emprego
  • Esportes
  • Entretenimento
  • Gastronomia
  • Mulher
  • Geral
  • Opinião
  • Versão Flip
  • Anuncie Conosco
  • Quem Somos
  • Contato
  • Políticas de Privacidade e Uso
Nenhum Resultado
Ver Todos os Resultados

Jornal Contexto de Anápolis. Todos os direitos reservados © 2025 – Feito com Pyqui