Novas instalações deixam em evidência as mudanças administrativas que tem tornado o hospital uma referência regional
Quem precisou de atendimento ou visitou a Santa Casa de Anápolis nos dois últimos anos percebeu uma mudança. Depois de diversas reformas, o hospital está mais bonito, moderno e aconchegante. Os equipamentos são novos e a equipe médica, assim como os demais profissionais de saúde estão melhor preparados e contam com alto grau de especialização. Também não há mais longas esperas ou falta de qualquer tipo de insumos para o trabalho.
E não é só isso. Foram criadas alas específicas para um tratamento de excelência, principalmente na obstetrícia, com a modernização do Materno Infantil, que conta com UTIs neonatais e pediátricas e com a criação do Centro Oncológico, em parceria com a Associação de Combate ao Câncer de Goiás (ACCG), trazendo o que existe de mais moderno na medicina para diagnóstico e tratamento da doença.
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Além disso, a Santa Casa acaba de inaugurar seu novo Pronto Socorro. Trata-se de uma unidade com capacidade para atender cerca de 300 pacientes por dia, nas especialidades de Obstetrícia, Oncologia, Ortopedia, Clínica Médica e Cirurgia Geral, aceitando SUS (oncologia e obstetrícia) e Convênios e Particular (todas as especialidades acima). Uma referência regional amparada por UTIs e equipamentos novos de diagnóstico laboratorial e por imagem, como raios-x, ressonância magnética e tomografia.
Tanto o serviço público quanto o particular estão amparados por UTIs e equipamentos novos de diagnóstico laboratorial e por imagem, como raios-x, ressonância magnética e tomografia. A inauguração e a apresentação ao público tiveram a presença de diversas autoridades.
Data Especial
A inauguração do novo Pronto Socorro sucede a abertura do Centro Oncológico, feita no início de outubro, e marca uma data especialmente importante para o hospital. Os 75 anos da Santa Casa. De acordo com o padre Cleyton Bérgamo, administrador da unidade, foram as Santas Casas que deram início à medicina filantrópica no Brasil e assim também foi feito em Anápolis. Durante mais de sete décadas, a Santa Casa acolheu aqueles que não podiam pagar pelo tratamento, tendo sido referência para mais de 100 municípios além de Anápolis, principalmente na obstetrícia e no Pronto Socorro.
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A comemoração deste 75° aniversário, segundo Bérgamo, tem um valor especial por ressignificar o papel do hospital na sociedade. “O exercício da medicina é caro e nossa vontade sempre foi de ajudar o maior número possível de pessoas. Mas sabemos hoje que os repasses do SUS não são suficientes para manter nossas contas no azul. Por isso, abrimos mão de alguns procedimentos para promover uma saúde de excelência em outros, reconfiguração nossa função social”, explica ele.
Mudanças
Quando assumiu a direção da Santa Casa em 2018, no lugar da conhecida irmã Rita Cecília Coelho, o padre Clayton Bérgamo assumiu também um desafio. Acabar com o déficit financeiro da instituição. Um peso que tornava difícil a prestação de um serviço de qualidade. Segundo ele, decisões precisaram ser tomadas seguindo rígidos critérios administrativos. Alguns deles mal interpretados no início, mas que agora, se mostram acertados ao público. Um deles foi a restrição do atendimento do antigo Pronto Socorro, que passou a receber pelo SUS apenas casos de Obstetrícia e Oncologia. “Precisávamos limitar o nosso papel para poder oferecer excelência no tratamento de nossos pacientes”, explica Bérgamo.
Em outra frente, o padre buscou parcerias. Com a ACCG veio o Centro Oncológico e, com os deputados estaduais de Anápolis e região, as emendas parlamentares, que viabilizaram um terceiro e importante passo, a estruturação do hospital para oferecer um serviço particular de alta qualidade em diversas especialidades. “Com dinheiro em caixa nós mudamos a cara do hospital, reestruturamos a parte interna, adquirimos equipamentos e profissionais de ponta e colocamos esse time à serviço da sociedade”, declara o padre. São mais de 700 profissionais trabalhando hoje na Santa Casa de Anápolis.
Estratégia
Clayton rebate as críticas de que a Santa Casa voltou às costas aos pobres. Segundo ele, para salvar a instituição foi preciso colocar em prática uma estratégia de várias etapas, visando justamente ampliar o atendimento público àqueles que não têm como arcar com tais custos. “É por isso que apostamos na rede conveniada e particular. Como nosso hospital não visa lucro, usamos parte da arrecadação desses serviços para financiar a diferença entre o valor pago pelo SUS e os custos de diagnósticos e tratamentos gratuitos”.
Trata-se de um recurso administrativo já utilizado com sucesso por diversas instituições filantrópicas do país e que apresenta bons resultados, embora exija uma rigidez fiscal que desagrade e até confunda a sociedade no início. “Hoje, com essa estratégia implantada, quando um paciente conveniado ou particular escolhe a Santa Casa para se tratar, ele está ajudando a financiar diretamente o tratamento dos mais pobres, ampliando nossa capacidade de atendimento pelo SUS”, resume ele.
Futuro
Cada vez mais necessária para os municípios circunvizinhos e do norte goiano, a Santa Casa já faz planos para o futuro. A comemoração dos 75 anos de existência é só o começo de um sonho que começa a tornar-se realidade. O padre Clayton explica que a instituição reduziu muito o seu déficit financeiro mensal, mas ele ainda não acabou. Segundo ele é preciso um incessante trabalho junto aos deputados para que mais emendas parlamentares sejam destinadas ao hospital e que a rede particular de atendimento se solidifique e se amplie, dando base para a concretização de outros objetivos.
Um deles é a construção do Centro Radioterápico. À exemplo do novo Pronto Socorro e do Centro Oncológico, essa é mais uma empreitada da instituição para reforçar seu compromisso com a sociedade quando o assunto é o diagnóstico e o tratamento do câncer. Com o planejamento Pronto, as obras já estão previstas para começar no início de fevereiro, devem durar pouco mais de um ano e custar R$ 17 milhões, atendendo pacientes de toda a microrregião. “Até aqui Deus tem nos ajudado de uma maneira extraordinária e temos a absoluta certeza de que vamos dar mais esse passo em prol das pessoas que carecem de nós”, prevê o padre.
Fala mal da administração antiga é fácil, quero ver fazer melhor com os recursos que tinha atendendo TUDO E TODOS PELO SUS.