Armas de fogo superam acidentes como principal causa de morte entre jovens de 1 a 19 anos.
Nos Estados Unidos, a infância está sob ameaça. Armas de fogo se tornaram a principal causa de morte entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. O dado choca, mas é real — e vem sendo confirmado por estudos médicos, institutos de pesquisa e autoridades de saúde pública.
Desde 2020, os óbitos por armas ultrapassaram os acidentes de trânsito, antes líderes nas estatísticas. Em 2021, foram registrados 36,4 mortes por milhão de jovens nessa faixa etária. Para efeito de comparação, o Japão teve 0,3 e o Reino Unido, 0,5 por milhão.
O número de mortes por armas dobrou em uma década. Enquanto isso, os acidentes de carro caíram quase pela metade. A pandemia agravou o cenário, com aumento de homicídios e suicídios entre jovens. O isolamento, o estresse e o fácil acesso a armas contribuíram para esse salto trágico.
Casas armadas
Mais de 4,5 milhões de crianças vivem em residências com armas carregadas e sem trava de segurança. A presença de armas em casa eleva drasticamente o risco de acidentes fatais, especialmente entre os mais novos. Muitos desses casos envolvem armas deixadas ao alcance de crianças pequenas.
Estados com leis mais rígidas sobre armas apresentam índices de mortalidade infantil mais baixos. Já regiões com legislação permissiva enfrentam taxas elevadas de homicídios juvenis. A falta de padronização nacional dificulta ações coordenadas de prevenção.
Saúde pública
O cirurgião-geral dos EUA, Vivek Murthy, declarou a violência armada como uma crise de saúde pública. Ele defende medidas urgentes, como campanhas educativas, restrições de acesso e tecnologias de segurança. A proposta é tratar o problema com a mesma seriedade que o tabagismo ou os acidentes de trânsito.
Pediatras, educadores e ativistas pedem ação imediata. A defesa da vida infantil virou bandeira de movimentos que exigem leis mais duras, fiscalização rigorosa e educação sobre riscos. Para eles, proteger a infância é urgente — e inegociável.
Fabricantes de armas resistem a mudanças. Tecnologias como destravamento biométrico ou sensores de segurança são pouco adotadas. A pressão por regulamentação enfrenta forte oposição política e econômica.
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