Em meio à crise do coronavírus, proprietários de escolas particulares de Anápolis se mobilizam para encontrarem alternativas
Com as atividades presenciais suspensas devido à pandemia, demissões, endividamentos e, até mesmo, fechamento de unidades já são realidades em algumas instituições de ensino. Proprietários e diretores de algumas redes privadas, em Anápolis, unem forças através da Comissão de Crise das Escolas Particulares (CCEPA) para buscarem soluções. Segundo as diretrizes do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON), deve ser oferecido, obrigatoriamente, um percentual de desconto na mensalidade escolar, cujo valor pode ser proposto pela própria instituição, de acordo com sua situação econômico-financeira ou por uma planilha de gastos.
Telma Jaques (Escola Infantil Mundo Mágico) conta que foram feitas reuniões particulares com os pais para se discutir o valor da mensalidade, de acordo com a situação financeira de cada aluno. Já, no Centro de Educação Infantil Acalanto e na Escola Portinari, que trabalham com educação integral e berçário, a redução na mensalidade foi feita através de uma planilha de custos. De acordo com Elisângela Gelma e Cristiane Rocha (Escola Portinari) a perda de alunos foi grande. Somente no berçário, 15 pais cancelaram os contratos. “Mais um mês, a gente acha que sobrevive. Mais do que isso, não”, acrescentou Cristiane Rocha.
O sindicato das escolas diz que 75% do que ganham os estabelecimentos de ensino vão para pagamento de salários e tributos. A gestora do CEI Acalanto, Juliana Pina, conta que teve de suspender contratos com alguns de seus colaboradores. “Não é só água e energia como as pessoas pensam. Muitos pais não entendem que precisamos, também, pagar impostos e aluguel”, completou a educadora. Elisângela, Juliana, Telma e Cristiane relatam que são elaborados conteúdos de fácil compreensão para se fazer em casa e as atividades escolares são entregues no método Driver Thru uma vez por semana. “É difícil para nós ver a escola vazia, teremos que recomeçar”, lamentou Elisangela.

Os alunos longe das escolas – Atendendo a recomendações da Secretaria Estadual de Saúde e do Ministério Público, as aulas presenciais, em todo o País, estão suspensas até julho. Com isso, cerca de 90% das escolas já aderiram ao regime e realizam aulas à distância. Mas, o desafio, mesmo, é manter rotina de estudos da garotada. Lucas Diogo Guimarães, de nove anos, conta que assiste aulas online todos os dias. Elas são gravadas e ficam disponíveis para serem vistas à tarde ou na manhã do dia seguinte. Para constar como vistas, o conteúdo precisa rodar até o fim. Depois, vêm as atividades avaliativas. “Essa semana toda eu estou tendo prova”, disse ele. Sob a supervisão da mãe, Lucas também continua o curso de robótica através da internet. “Fico em casa e tenho mais tempo, mas continuo estudando tudo o que tem nos livros como se estivesse indo à escola”, explica ele.
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